Considerado o maior "picareta" do país, o empresário Marcelo Nascimento da Rocha, 37 anos, contou um pouco da sua vida de golpista no programa The Noite, apresentado por Danil Gentilli, no SBT, na noite da ultima quarta-feira (18). Hoje, Marcelo cumpre pena no regime semiaberto em Cuiabá.

Na entrevista, o reeducando contou um pouco da história de sua vida, que já virou livro e filme, e ainda elogiou muito o sistema penitenciário e judiciário do Estado. “O sistema penitenciário no Estado de Mato Grosso está sendo muito humanizado. Mato Grosso hoje está sendo pioneiro no uso nas tornozeleiras eletrônicas. Não coloquei ainda, mas, brevemente vou colocar. Essa é minha situação hoje de reeducando do regime semiaberto. Tanto que o juiz Geraldo Fidelis foi quem me autorizou a estar no programa hoje”, afirmou Marcelo ao apresentador Danilo Gentilli.

Ainda durante a entrevista, Marcelo ressaltou a forma como está voltando a sociedade e como o Estado pode gastar menos em um sistema mais eficaz. “Hoje um preso no regime semiaberto custa R$ 2.400 mil por mês para o Estado, enquanto com a tonolezeira o custo cai para R$ 214. Além da economia, o preso tem o livre arbítrio de poder trabalhar e ter uma vida de forma honesta, lícita, sem precisar ficar sobre a vigilância extrema física de dormir e comer num albergue. No Mato Grosso está assim”, disse.

O ex-golpista cumpriu pena de 4 anos e 11 meses me regime fechado na Penitenciária Central do Estado. Ele também contou que já foi preso 16 vezes em 12 estados diferentes e que o último lugar em que foi detido foi Rondônia, porém, como tinha um processo para responder em Mato Grosso, acabou sendo transferido.

Das 16 vezes em que cumpria pena em presídios deferentes, fugiu de 9 locais. Ele contou algumas de suas histórias como estelionatário. Numa delas, se passou por olheiro da seleção brasileira para fugir da Polícia. “Estava hospedado num hotel e a polícia recebeu denúncia de que eu estava lá. Só que tinha uma equipe de futebol hospedada no local e me passei por olheiro da seleção brasileira para entrar no ônibus da equipe junto com os jogadores e fugir da polícia”, detalhou.

Sobre o episódio em que se passou pelo filho do dono da Gol Linhas Aéreas, concedendo, inclusive, entrevista ao programa Amaury Júnior, o golpista afirma que não se apresentou na festa como herdeiro de uma das maiores companhias aéreas do país. Esse episódio marcou a ‘vida bandida’ de Marcelo e foi responsável por uma de suas prisões. “Eu me passei como tal herdeiro da Gol Linhas Aéreas porque era a empresa que estava patrocinando o camarote. Eu desci na festa de helicóptero e todos queriam conversar comigo. Se alguém me pedisse a identidade eu estava registrado como Juliano de Souza e não como Henrique Constantino”, relembrou.  

Hoje, Marcelo se considera uma pessoa que sabe usar seu poder de persuasão e inteligência para coisas boas. Ele contou que leva a vida como empresário em Mato Grosso e ainda realiza palestras sobre vendas.

Marcelo ainda anunciou que será gravada em breve a segunda edição do filme "Vip´s". No entanto, desta vez, ele deseja que sua história seja interpretada por outro ator e não por Wagner Moura, o protagonista da primeira edição.