Quarta-Feira, 04 de Maio de 2022, 15h:50 | Atualizado:
DESCOBRIMENTO
Conversas de Rowles Magalhães e Ricardo Agostinho indicam "novo investidor" no esquema de tráfico internacional
A investigação feita pela Polícia Federal que culminou na Operação Descobrimento, deflagrada no último dia 19 de abril, apontou que um jogador de futebol brasileiro que estaria atuando no Campeonato Português teria interesse em investir no esquema de tráfico de drogas. Segundo Ricardo Agostinho, o atleta seria jogador do “líder do campeonato local” e teria passagens por Corinthians e Cruzeiro.
A conversa, obtida nas investigações e feitas através do aplicativo Whatsapp, mostra Ricardo Agostinho e seu sócio, o ex-lobista e empresário Rowles Magalhães Pereira da Silva, conversando sobre o hangar que seria usado para guardar o jato executivo Dassault Falcon 900b, que seria utilizado para o transporte de mais de meia tonelada de cocaína. Após ver as fotos do local, Agostinho comenta sobre o interesse do jogador.
“Top, dá pra fazer. Amanhã vou fazer uma reunião com um jogador de futebol daqui e o empresário. Querem entender nosso negócio e colocar grana. Ele tem muita grana. É meu amigo. Joga no time líder do campeonato daqui. Já jogou no Cruzeiro, Corinthians. O cara tem muito”, aponta Agostinho.
Rowles respondeu concordando e falando para “irem com tudo”. O time que liderava o campeonato português em janeiro de 2021, época em que as conversas aconteceram, era o Sporting.
No entanto, nenhum jogador do plantel do clube, na ocasião, havia jogado nos dois clubes citados por Agostinho. A Operação Descobrimento, deflagrada para desbaratar um esquema de envio de drogas de Mato Grosso para Portugal.
Ao todo foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. No país europeu, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.
As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após apresentar problema em um dos três motores e ser inspecionado por equipes de mecânicos da empresa responsável pela manutenção, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
A droga era transportada no avião de uma empresa privada ligada ao lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva, que ficou conhecido por denunciar um esquema de propinas nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Além dele, também foi preso na operação o ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato.
A partir da apreensão feita em Salvador, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
Raimundo
Quarta-Feira, 04 de Maio de 2022, 17h17Cidadã curiosa
Quarta-Feira, 04 de Maio de 2022, 16h07