Procurador denuncia juiz no CNJ por absolver motorista que matou filho

 

O procurador aposentado do Ministério Pùblico (MPMT), Mauro Viveiros, denunciou o juiz do Poder Judiciário de Mato Grosso, Wladymir Perri, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Viveiros acusa o magistrado de usar seu filho, Ramon Alcides Viveiros - morto num atropelamento em Cuiabá no mês de dezembro de 2018 -, para tentar atingi-lo.

Wladymir Perri, enquanto atuava na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, foi decisivo para a absolvição da motorista que atropelou Ramon Alcides Viveiros, a bióloga Rafaela Screnci - que estava embriagada. Num julgamento de outubro de 2022, Wladymir Perri despronunciou a motorista - a retirou do julgamento pelo júri -, menos de 30 dias depois de assumir a 12ª Vara Criminal de Cuiabá, onde tramitava o processo pelo atropelamento.

Viveiros ainda conta que recursos foram ingressados tanto pelo MPMT quanto por ele - que é assistente de acusação nos autos. O juiz, entretanto, não deu oportunidade para questionar a decisão  que livrou a motorista do julgamento pelo júri, determinando, ainda, a absolvição sumária da bióloga.

O procurador aposentado acusa Wladymir Perri de não ter respeitado a ordem cronológica de processos que tramitavam há mais tempo na 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Mauro Viveiros já ocupou o posto de Corregedor-Geral do MPMT e denunciou supostas “falcatruas” do juiz quando ele ainda atuava em Rondonópolis (216 Km de Cuiabá) - daí a origem da suposta “inimizade”.

O CNJ deverá analisar a reclamação disciplinar ingressada contra Wladymir Perri. As penalidades previstas vão de advertência à demissão. No início do mês de julho de 2024, a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) anulou a absolvição da motorista, que irá a júri popular.