Há um ano, a prefeitura de Cuiabá dava início a revitalização da Praça Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, mais conhecida como “do Porto”, ao lado da Ponte Júlio Muller (Ponte Velha). Doze meses depois, a reforma da área de lazer, que fez parte o projeto “Porto Cuiabá”, de recuperação da orla do Rio Cuiabá, não foi concluída e o coreto que existia no local não foi devolvido. 

Os trabalhos começaram ainda na gestão do ex-prefeito Mauro Mendes, que chegou a entregar a praça à população mesmo sem a finalização da reforma. Porém, ao longo deste período, a atual gestão, sob o comando do prefeito Emanuel Pinheiro, garantiu, por diversas vezes, a conclusão da revitalização, inclusive, a devolução do monumento, com suas características originais. 

Em maio passado, a administração municipal chegou a iniciar a montagem da base do coreto e a expectativa era de que o bem público fosse devolvido à população em dois meses, o que não aconteceu. O investimento foi da ordem de R$ 600 mil. 

Além do coreto, outros serviços também não foram realizados. Exemplo disso é o obelisco comemorativo ao bicentenário da fundação da capital mato-grossense oferecido por Corumbá (MS) e inaugurado em abril de 1920, que não foi recuperado, continua quebrado e pichado. 

À época do lançamento dos trabalhos, a prefeitura informou que a praça é tombada pelo patrimônio histórico, tanto que a obra era fruto de uma proposta realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que, em parceria com o Ministério da Cultura, que concedeu R$ 10,5 milhões para a revitalização de praças e outros pontos do centro histórico de Cuiabá. 

Além da Luís Albuquerque, o pacote englobava mais as praças Major João Bueno, também no Porto, Dr. Alberto Novis, Caetano de Albuquerque, Largo da Feirinha da Mandioca, Senhor dos Passos, além do entorno do Casarão do Beco Alto. 

O nome da praça é uma homenagem ao quarto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, no fim do século XVIII. “A praça – antigo Largo da Marinha, por nele ser localizado o Arsenal da Marinha, fundado em 1.830 pelo tenente da Armada Imperial Augusto Leverger, mais tarde Almirante e Barão de Melgaço”, traz o livro “Cuiabá de Vila a Metrópole Nascente”, do Arquivo Público de Mato Grosso. 

Procurada pela reportagem do Diário, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, por meio da assessoria de imprensa, limitou-se a dizer a gestão municipal tem a proposta de revitalizar praças, parques e o Centro Histórico de Cuiabá e já entregou algumas praças neste primeiro ano. 

Contraditoriamente, a administração municipal não fala em conclusão dos trabalhos, as em uma possível nova revitalização. “Para os próximos anos, a Prefeitura irá apresentar a população novas reformas, podendo uma delas ser a Luís Albuquerque, região da Orla do Porto, que será entregue com o monumento do coreto devidamente restaurado”.