O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manteve a prisão preventiva do empresário Paulo Henrique Bonini, preso durante a deflagração da Operação Follow The Money, em março deste ano. A investigação mirou um esquema de lavagem de dinheiro de integrantes do Comando Vermelho e teve 33 alvos no total.
As investigações começaram após a apreensão, em 2022, de 400 tabletes de maconha, em Sinop, droga que estava localizada em uma propriedade na zona rural da cidade. A polícia investigou o locatário da chácara, Leonardo Fantinato Silveira, e por meio dele identificou os outros suspeitos.
No curso das investigações foram apreendidas armas de fogo com outra suspeita e identificadas transferências de altos valores em dinheiro, feitas por outros envolvidos no esquema. Foi então identificado um esquema de lavagem de dinheiro que utilizava empresas fantasmas e reais que eram utilizadas pela organização criminosa para dar licitude aos recursos.
Uma dessas empresas era a farmácia que pertencia a Paulo Henrique Bonini, localizada no bairro Tijucal, em Cuiabá. Ela teve suas atividades suspensas por conta da operação e os medicamentos apreendidos, avaliados em aproximadamente R$ 190 mil, foram doados para a Secretaria Municipal de Saúde.
No habeas corpus, a defesa de Paulo Henrique Bonini pedia a revogação da prisão preventiva ou seu relaxamento, apontando que a simples acusação de que o empresário seria integrante de uma organização criminosa não seria motivo suficiente para justificar a manutenção da medida. A tese, no entanto, foi negada pelo ministro.
“Isso se dá porque, em princípio, o decreto prisional encontra amparo na jurisprudência desta Corte no sentido de que se justifica a decretação de prisão de membros de grupo criminoso como forma de interromper suas atividades”, pontuou o ministro na decisão.