Cidades Sábado, 21 de Junho de 2025, 12h:07 | Atualizado:

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BANDIDOS EM GUERRA

Trio do CV é condenado por matar casal de “nova facção” em MT

Mandante do crime não foi revelado no processo

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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CV- Comando Vermelho

 

O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia Bezerra, condenou três pessoas pela morte do casal Marcos Otávio da Cruz Melo e Marylha Eduarda Gonçalves, executados em 2021 no município de Barra do Garças (500 Km da Capital) por fazer parte de uma facção rival ao Comando Vermelho (CV). 

Em decisão publicada na última terça-feira (17) o juiz condenou Mickael da Silva Nogueira a 6 anos e 7 meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de organização criminosa, ocultação de cadáver e corrupção de menores. 

Mario Lucas Gomes dos Santos e Vitor Gabriel Gomes da Silva - que apesar de terem auxiliado nos crimes não fariam parte do Comando Vermelho -, pegaram 2 anos de prisão, em regime aberto, por ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Segundo a denúncia, Marcos Otávio da Cruz Melo e Marylha Eduarda Gonçalves também teriam feito parte do Comando Vermelho mas “deixaram” a organização, se filiando à facção Amigos dos Estados (ADE-145). O bando teria origem no Estado de Goiás, e é apontado como um “aliado” do Primeiro Comando da Capital (PCC) - um “arqui-inimigo” do CV.

Um menor de idade, apontado como autor das execuções, teria o papel de “Disciplina” do CV, recebendo a ordem de um “conselheiro” da facção para assassinar o casal. O mandante do crime não foi revelado no processo.

A denúncia ainda revela que o menor foi de moto até a residência das vítimas, convocando-as para um “salve”. Ele revelou em depoimento que Marylha Eduarda Gonçalves ocupava o posto de “Espelho de Disciplina”, que seria abaixo do “Disciplina”, e que por isso deveria obedecer suas ordens.

Ao chegar numa área de matagal, o adolescente disparou contra a vítima, enganada por estar ali pensando que iria aplicar um “salve” num alvo do CV. O atirador voltou de moto à mesma residência, pegou Marcos Otávio sob o mesmo pretexto, e quando chegou ao local também o executou a tiros.

Após as mortes, o adolescente convocou Mickael da Silva Nogueira, que teria o papel de “Faxineiro” do CV, responsável por “se livrar” dos corpos. Nogueira, por sua vez, falou com outros dois amigos para ajudá-lo na empreitada. Um deles foi acompanhado por sua “namorada”, uma adolescente, que indicou que os corpos poderiam ser “desovados” na chácara do avô, em Barra do Garças.

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra analisou que os indícios e provas da denúncia confirmam a participação dos acusados nos crimes.

“A conduta de Mickael, Mario Lucas e Vitor não deixa dúvidas quanto à sua adesão voluntária e consciente ao plano criminoso, uma vez que participaram de todas as etapas da ação, desde o transporte até a manipulação e descarte dos cadáveres”, analisou o juiz.

Os condenados poderão apelar em liberdade. A sentença ainda cabe recurso.





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