O vocalista do Vanguart, Hélio Flanders, expressou surpresa e gratidão pela persistência dos fãs cuiabanos com a banda. A declaração foi feita na última quarta-feira (07/08), na SUMAC Records, durante o lançamento do Baguncinha, o Festival 24’. “Não é desvalorizar a nossa trajetória, mas é muito gostoso ouvir sobre isso [a expectativa com o show em Cuiabá] de vocês. São coisas que a gente acha que não acontecem, porque estamos vivendo a nossa vida. De repente, eu ouço isso e me emociono muito, sabe?”, respondeu ao ser questionado sobre a apresentação do próximo dia 24 de agosto.
O Vanguart está de volta à cena cultural após dois anos de hiato, período em que Hélio morou na Europa e se dedicou a outros projetos. A banda iniciou uma série de shows em formação reduzida. O também compositor e vocalista Reginaldo Lincoln acompanha Hélio, relembrando canções que fazem parte da história da banda. “Nós somos quase um dinossauro em extinção, porque gostamos de sentar com o violão e tocar canções. E enquanto houver alguém sofrendo por amor ou depressão na madrugada, essas músicas ainda existirão”, disse.
Sobre dividir o headline do Baguncinha com artistas como Urias e BK’, Helio celebrou a pluralidade do festival, mas revelou uma certa ansiedade com o show. “Realmente passa um filme na minha cabeça vendo o Vanguart com aquele nome imenso no cartaz do festival, na primeira linha... Isso é muito emocionante. Acho que essa conscientização do que está acontecendo vai surgir aos poucos”, explicou.
O músico também comentou sobre a nova geração de artistas. De acordo com ele, há um perfil mais preparado sendo moldado na música local. Ainda assim, a persistência e o estudo são fundamentais para o sucesso. “Nós andávamos no escuro, não sabíamos nem o que estávamos fazendo. O meu conselho, na parte artística, é não tentar agradar seus fãs. Isso pode parecer egocêntrico, mas é a chave para construir a música brasileira. As pessoas vão gostar do artista que você é. Mantenha suas raízes e intuições”, sugeriu, além de encorajar os novos artistas. “Na dúvida, vá”, completou.
Durante a entrevista, Helio foi questionado sobre suas influências nas artes. Ele se emocionou ao lembrar das lições deixadas pelo artista Adir Sodré, que faleceu em 2020. “A pessoa que mais me ensinou sobre arte, e arte não no sentido ‘intelectual’, mas arte verdadeira, foi um cara que pintava para pagar o aluguel. Tudo o que sei sobre arte, música, cinema, aprendi com um cuiabano chamado Adir Sodré. Ele mudou minha vida, me apresentou artistas que eu precisava conhecer, disse que eu devia estudar, que devia acreditar, me colocar em perigo. Temos grandes referências em Cuiabá que nos provam isso, como Adir, Irigaray, o pessoal da Caximir, entre outros”, relembrou antes de pontuar que se tratava da sua geração, mas que está curioso para conhecer a nova.
Baguncinha, o Festival 24
Além da banda Vanguart, também estão no line-up do evento os artistas Urias e BK’. O festival contará também com apresentações regionais como Calorosa, Pacha Ana e Paulo Monarco. Na tenda de música eletrônica, a programação inclui nomes como Gui Boratto, Blancah, Ramsay, Stival e Zocouto, além do fenômeno das redes sociais, Cleiton Rasta.
Serão 12 horas de atrações nacionais e locais, exposições artísticas, ampla praça de alimentação e ilhas de ativação e entretenimento dos parceiros envolvidos no projeto. Os ingressos para o festival podem ser adquiridos através deste link. Mais informações: @baguncinha.ofestival.