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O ciclone que está previsto para se formar no mar não agirá diretamente sobre a cidade do Rio de Janeiro, mas poderá intensificar a chuva prevista para a capital fluminense. O fenômeno acontece em alto-mar no Oceano Atlântico, entre os estados de São Paulo, Rio e Espírito Santo. Segundo o sistema Alerta Rio, da prefeitura, o céu fica encoberto e há previsão de pancadas de chuva moderada a forte, principalmente entre a tarde e a noite desta quinta-feira (23), acompanhadas de rajadas de vento moderados a fortes, com mínima de 19 e máxima de 28 graus.
Ainda de acordo com a prefeitura, os modelos numéricos de previsão do tempo estimam um acumulado de chuva em torno de 40 mm para o município do Rio ao longo das 24h desta quinta-feira. Por volta das 10h desta quinta-feira, havia registro de chuva fraca no Centro do Rio e em bairros das zonas Norte e Oeste, como Guaratiba, Santa Cruz, Madureira e Méier.
A Marinha do Brasil explica que a formação do ciclone está associada a uma zona de convergência sobre uma região com temperatura da superfície do mar entre 26 e 27 graus. A provável área de formação da chamada Depressão Subtropical aconteceu durante a madrugada desta quinta-feira em alto-mar, a cerca de 250 km a Sudeste de Macaé, no Norte Fluminense.
Caso se intensifique, atingindo ou superando 63 km/h, o fenômeno será reclassificado como Tempestade Subtropical. Nesse caso, o ciclone receberá o nome de "Kurumi", expressão em tupi-guarani que significa "menino".
Para Caroline Vidal, meterologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), é baixa a probabilidade da Depressão Subtropical que atua no oceano ser convertida em Tempestade. A especialista afirma ainda que os efeitos do fenômeno não serão sentidos no continente.
— Estamos no início de uma situação de Zona de Convergência do Atlântico Sul, que é o principal agente meteorológico responsável pelas chuvas na Região Sudeste, principalmente em áreas de Minas Gerais, no Sul do Espírito Santo, Norte do Rio de Janeiro e Norte e Leste de Goiás. Essa chuva pode superar 300 mm em alguns locais, e o ciclone vai favorecer o transporte de umidade, mas nada fora do comum — explica.
De acordo com a Marinha, os ventos de até 87 km/h em alto-mar poderão ocasionar agitação marítima e ondas entre 3 e 5 metros também em alto-mar, entre o estado do Rio de Janeiro, ao Norte de Arraial do Cabo, e a Bahia, entre as cidades de Caravelas e Ilhéus. Efeitos da passagem do ciclone também poderão ser sentidos em Santa Catarina, ao Norte de Laguna, e em São Paulo, no Sul de Santos, onde é esperada agitação nas ondas.
Em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, a Defesa Civil monitora o litoral do município e alerta pescadores e banhistas para a possibilidade de tempestades e de ventos que podem atingir até 87km/h.
Tempo instável até domingo
Na sexta-feira, a tendência é de redução da chuva na cidade do Rio, que irá variar entre fraca e moderada. De acordo com o Alerta Rio, os ventos estarão moderados (18,5 km/h a 51,9 km/h) ao longo do dia. Já no sábado, ainda como consequência do transporte de umidade, a previsão é de chuvisco/chuva fraca, de forma isolada, durante a madrugada e manhã. No domingo, o tempo volta a ficar estável, com redução da nebulosidade e sem previsão de chuva.
A prefeitura recomenda que os cariocas façam o cadastro gratuito no serviço de alertas da Defesa Civil. Para isso, basta enviar o CEP de casa para o nº 40199, por mensagem de texto. Além disso, em caso de alagamentos, é recomendado atenção redobrada ao dirigir, cuidado ao caminhar pela água e não ficar próximo à beira de córregos e rios.
A Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec-RJ) informou em nota que acompanha as condições meteorológicas de todo o território fluminense. De acordo com o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres (Cemaden), os núcleos de chuva devem atuar, principalmente, nas regiões Norte/Noroeste do estado - onde são esperados acumulados acima de 100mm em 12 horas -, Serrana e Baixada Litorânea, podendo se estender para as demais.
De acordo com a Sedec, chuvas estão previstas até a madrugada de sábado, e o tempo fica instável até domingo (26).
Para Josélia Pegorim, meteorologista do Clima Tempo, não deve haver pânico por conta da passagem do ciclone, que acontece em alto-mar.
— A preocupação é com a chuva. Nuvens que estão em Minas Gerais em deslocamento para o Rio podem trazer muita chuva. Quinta e sexta-feira são dias de muita atenção, principalmente para a Região Serrana e Norte e Noroeste Fluminense. No fim de semana, essas áreas de instabilidade começam a enfraquecer, com períodos de sol, mas ainda há previsão de pancadas de chuva à tarde e à noite em todo o estado. O ciclone é o mesmo problemático nesse momento — diz.