Economia Quinta-Feira, 20 de Março de 2014, 16h:00 | Atualizado:

Quinta-Feira, 20 de Março de 2014, 16h:00 | Atualizado:

Notícia

Audiência pública em Primavera do Leste debate viabilidade do trigo em Mato Grosso

 

Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

Mato Grosso pode se tornar nos próximos anos um grande produtor e industrializador de trigo, com benefícios diretos ao consumidor, ao segmento agrícola e ao Estado - através do aumento da arrecadação e geração de empregos. O aumento da oferta e a redução das importações podem diminui os custos finais dos principais derivados do trigo, especialmente do pão.

Para discutir a viabilidade técnica e econômica da produção de trigo e o projeto de lei 455/2013, que institui o Fundo de Apoio à Cultura do Trigo (FACTRIGO), a  Assembleia Legislativa realiza esta noite (20), em Primavera do Leste, uma audiência pública no auditório da Associação dos Engenheiros Agrônomos. 

Solicitada pelos deputados José Riva (PSD) e Neldo Egon (PR), a audiência terá a participação de especialistas que vão compartilhar os resultados de experiências bem sucedidas de outros estados que apostaram no trigo como alternativa para o período de transição da lavoura, aliada ao solo e clima favorável de Mato Grosso.

“Todos sabem o potencial de Mato Grosso como produtor de grãos, o clima e condições de solo são propícios também para o cultivo do trigo. Estamos fomentando esse debate há um tempo nas câmaras temáticas e agora, nestas audiências públicas, vamos discutir com produtores, associações, cooperativas e estudiosos do assunto para mostrar que o estado tem grande viabilidade para ser um dos grandes produtores de trigo”, explicou o deputado Riva.  

Segundo o coordenador da Câmara Técnica do Trigo e pesquisador da Empaer, Hortêncio Paro, Mato Grosso tem potencial técnico para o trigo ser plantado e é viável comercialmente. “Estimular esse cultivo reduz as importações, e diminui o preço final para o consumidor, pois não teremos os custos da logística trazendo os produtos de fora”, explicou. 

Hortêncio Paro disse que a nova legislação será fundamental para alavancar o setor colocando o trigo como uma opção real nas modalidades sequeiro ou irrigado. “Mato Grosso importa hoje 120 mil toneladas de farinha/ano a um custo enorme e esse recurso pode ficar aqui gerando emprego e renda. Hoje já temos tecnologia e municípios como Primavera do Leste, com mais de 25 mil hectares de área irrigada e que poderia ter um moinho das próprias cooperativas. Assim o produtor plantará trigo e venderá farinha, verticalizando a produção”.

Produtores de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso também já estão plantando lavoura de trigo. “É uma questão de mercado, se tivermos com o trigo acima de R$ 50 reais a saca, grande parte dos produtores vão olhar com carinho a cultura do trigo”, observa o pesquisador.

Outro grande desafio, explica Hortêncio, é mostrar aos produtores de soja, através da Aprosoja, o trigo como excelente opção para manejo das áreas plantadas. O trigo contribuirá para melhorar as condições fitossanitárias, reduzir o nível de utilização de herbicidas e aumentar a produtividade da soja. Já existem muitos produtores investindo também no trigo e o plantio comercial começa em 2014, abrindo novas perspectivas para a agricultura em Mato Grosso.

FACTRIGO 

Já tramita na Assembleia Legislativa, projeto de lei (455/2013) de autoria do deputado José Riva, que institui o Fundo de Apoio à Cultura do Trigo (FACTRIGO), com o objetivo de viabilizar a pesquisa, a produção e industrialização do trigo, a exemplo do que ocorreu com outras culturas como soja, algodão e milho.

O fundo terá como receita principal a contribuição no valor de 0,1 (um décimo) da UPF/MT por tonelada de farinha de trigo comercializada aqui e que tenha origem fora do estado, além de doações, auxílios oriundos de convênios com instituições públicas e privadas e créditos consignados no orçamento estadual.

“Todos os estudos confirmam a viabilidade do trigo em Mato Grosso, que tem apresentado uma qualidade acima da média nacional e melhor até que o similar argentino. O plantio já é feito de forma experimental e com a criação do fundo será possível investir em pesquisa, assegurando a efetividade do trigo como nova e rentável opção, consorciada com a soja, alavancando mais um setor da economia do Estado”, explicou Xisto Bueno, assessor especial da Assembleia Legislativa.

A segunda audiência pública sobre o assunto acontece em Nova Mutum, no próximo dia 27.

 





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia






Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet