Economia Quinta-Feira, 16 de Janeiro de 2020, 11h:03 | Atualizado:

Quinta-Feira, 16 de Janeiro de 2020, 11h:03 | Atualizado:

TORNEIRA SECA

Concessionária propõe reajuste de 6,7% na água em Cuiabá

 

DANTIELLE VENTURINI
Gazeta Digital

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Moradores do Residencial Santa Terezinha, região do Coxipó, em Cuiabá, enfrentam sérios problemas no abastecimento de água. Algumas casas já estão há pelo menos duas semanas sem receber água pela rede e dependem do abastecimento de caminhões-pipa feito pela concessionária. Mesmo diante dessa realidade, nos próximos meses as contas de água tendem a ficar mais caras. Reajuste tarifário anual foi apresentado pela concessionária Águas Cuiabá, com previsão de aumento de 6,7% sobre a tarifa de água e esgoto na Capital. O pedido é baseado nas perdas inflacionárias e é analisado pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec). O novo valor deve passar a valer entre os meses de março e abril.

Atualmente, a tarifa residencial da água é de R$ 3,27 para cada m³, sendo que o valor mínimo pago por um morador corresponde a 10 m³, ou seja, a tarifa mínima é de R$ 32,70. Nos locais que têm coleta de esgoto, ainda são acrescentados 90% sobre o valor consumido de água, assim a tarifa mínima chega a R$ 62,13. Maura Fernandes, 38, moradora do Residencial Santa Terezinha há mais de 4 anos, não concorda com um aumento na tarifa e afirma que o valor cobrado já é absurdo. Segundo ela, que tem uma filha de 9 meses, a falta de água faz parte da rotina dos moradores na região e, na sua casa, por exemplo, localizada na rua 19, há semanas não há abastecimento pela rede.

Maura afirma que caminhões-pipa têm feito o abastecimento das casas, mas não tem sido suficiente. Além disso, na sua situação, por exemplo, em que o marido trabalha o dia todo, o abastecimento só está ocorrendo nos finais de semana quando ele está presente para subir no telhado e encher a caixa d’água. “Os funcionários afirmam que não podem subir. Eu também não consigo. Então, o jeito é esperar o fim de semana e economizar o que dá até lá”.

Ela afirma ainda que mesmo com esse transtorno e com um monte de roupa para lavar, a conta de água ainda chega com valores muito altos. “Querem cobrar R$ 160 a R$ 170 sendo que nem água tem para gastar”.

Joana Teixeira, 50, também afirma que o dia a dia em casa não é fácil. Avó de duas crianças, ela cuida dos netos enquanto os pais trabalham e ressalta que sem água é difícil manter as coisas em ordem, principalmente porque, muitas vezes, a água não tem força para chegar até a caixa em cima da casa. Joana reconhece a necessidade de reajustes de valores para garantir a melhoria dos serviços, mas afirma que no bairro essa não tem sido a realidade. “É muito frequente a falta de água. Quando damos sorte vem duas vezes na semana, outras vezes, quando vem, não tem força para subir”.

João Taques, 19, também estava sem água em casa nessa quarta-feira (15) e reclama dos valores cobrados e do serviço oferecido. “Nós precisamos economizar constantemente e ainda assim muitas casas recebem a conta caríssima”.

Ele relata ainda que os caminhões-pipa estão todos os dias no bairro e praticamente não há um dia da semana em que algum morador esteja sem água.

Fato confirmado por Paula Santana, 29, que mora há 6 anos no residencial e conta que de uns anos para cá a situação tem piorado. “Há algum tempo atrás nós não tínhamos tantos problemas, mas agora a situação anda difícil”. Ela estava com água em casa porque o caminhão já havia abastecido.

Júnior Augusto Vieira, 39, também reclama dos serviços oferecidos pela concessionária no bairro e questiona o aumento que deverá ocorrer. “Como vão aumentar tarifa se nem água direito chega aqui na região?”.

Ele conta que para não ficar sem água sua mulher tem lavado as roupas na casa da sogra, em outro bairro. “A gente junta tudo e leva, lava e depois traz. Ficamos nessa para poder ter água para tomar banho, limpar casa, ir ao banheiro, para as necessidades básicas”.

Outro lado

Sobre a falta de água no bairro, William Figueiredo, gerente de engenharia da Águas Cuiabá, afirma que a região Sul da Capital está passando por um grande investimento e até o início de fevereiro a situação deve ser solucionada. Ele explica que o bairro teve uma grande expansão e os 6 poços artesianos que atendem a região não estão mais sendo suficientes.

O gerente garante que com a inauguração da nova estação de tratamento de água na região Sul, o problema do Santa Terezinha, assim como em outros 86 bairros na região, será resolvido. “Entendemos as dificuldades, é difícil, mas pedimos a compreensão pois falta muito pouco para a inauguração da ETA”.

Enquanto isso não acontece, ele garante que a concessionária tem adotado medidas para atender a população em suas dificuldades. Para o Santa Terezinha, por exemplo, foi designado dois caminhões-pipa para trabalhar de segunda a sexta-feira. Durante os finais de semana e feriados, esse número sobe para 3. Notando também as dificuldades e reclamações da população específica do bairro, essa semana mais um trabalhador foi colocado para auxiliar no abastecimento em casas onde o morador não tem condições de subir até a caixa. “Isso não é um serviço oferecido por nós, mas por causa dessa situação no bairro, nós colocamos um colaborador, temporariamente, para auxiliar nessa questão. Apenas para esse momento”.

Figueiredo lembra que para a melhoria nos atendimentos e serviços para toda a população, foi aberto também um canal de atendimento direto com o Procon. Além disso, o atendimento feito foi estendido, com a disponibilidade de uma nova equipe que realiza reparos e atendimentos até 22h30.

Quanto aos valores das contas, ele afirma que os moradores que não concordam podem acionar a Águas Cuiabá por meio do whatsapp 17 99641 3259 ou o 0800 646 6115. Um técnico é enviado para fazer a análise do que está acontecendo e dar o suporte necessário ao consumidor.

Sobre a tarifa, o gerente afirma que o reajuste é anual, previsto em contrato e leva em consideração a inflação de vários índices que compõe a tarifa como energia, produtos químicos, construção civil, entre outros. Mesmo assim, ele lembra que quem define o reajuste é a Arsec e após a homologação a nova tarifa só passa a valer após 30 dias. Nesse período, a população é informada sobre o reajuste.

Ele ressalta que já foram investidos mais R$ 350 milhões e até 2024 esse investimento chegará a R$ 1 bilhão. Arsec confirmou que ainda não há data marcada para o conselho deliberar sobre o reajuste da tarifa de água e esgoto.

 





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Comentários (3)

  • mcb

    Quinta-Feira, 16 de Janeiro de 2020, 15h19
  • É por isso que esse país não cresce, o que adianta crescer o salario se as contas basicas pra sobreviver tem aumentos também
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  • pedro Souza

    Quinta-Feira, 16 de Janeiro de 2020, 14h29
  • A Arsec ja deve ter aprovado, pois membros desta regulação é funcionários da empresa Águas de Cuiabá. a Arsec aprova tudo o que a concessionaria solicita.
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  • Os?as Machado de Oliveira

    Quinta-Feira, 16 de Janeiro de 2020, 11h27
  • Qual foi mesmo o índice de preços ao consumidor, o porque todas as vezes que uma concessionaria vai ter reajuste é maior que o reajuste salarial, até quando vai isso, se o índice de reajuste em média 4,5%, que motivo é esse de 6,7% no reajuste da Aguá?
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