A Polícia Judiciária Civil (PJC) já cumpriu nesta manhã de quinta-feira (23) os quatro mandados de prisão contra os alvos da 3ª fase da Operação Etanol, que apura desvios na ordem de R$ 28 milhões da cooperativa de produtores de álcool e cana-de-açúcar, a Coprodia. Das quatro prisões, três foram cumpridas em Mato Grosso. Além dos mandados de prisão, a Polícia cumpre ainda 46 mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
Em Jaciara (129,8 km de Cuiabá) foi preso o ex-gerente da cooperativa, Adriano Froelich Martins. Já o ex-responsável pelo setor de compras, Heberth Oliveira da Silva, foi detido na cidade de Sapezal (498,3 km de Cuiabá). Já na Capital do Estado, a PJC prendeu Haran Perpétuo Quintiliano, apontado por ser o responsável pela abertura de empresas fantasmas.
A Polícia ainda prendeu, em Marília, no Estado de São Paulo, o ex-gerente financeiro da cooperativa, Júnio José Graciano. Sua defesa alegou que ele não tem envolvimento com os desfalques investigados pela operação e que, em juízo, contribuirá com as autoridades. "A defesa de Junio José Graciano, um dos envolvidos na operação recentemente deflagrada para apurar desvios na Cooprodia, tem a informar que não tem qualquer envolvimento com desfalques e, em juízo, auxiliará as autoridades a descobrirem os verdadeiros responsáveis por irregularidades administrativas", diz o advogado Eduardo Mahon, em nota.
A operação já está em sua terceira fase e é conduzida pela Delegacia da Polícia Civil de Campo Novo do Parecis (390,8 km de Cuiabá) e apura desvios na ordem de R$ 28 milhões da cooperativa, formada por 49 cooperados, a maioria residente de Campo Novo do Parecis.
De acordo com o delegado Adil Pinheiro de Paula, responsável pela condução dos trabalhos, a terceira fase tem por objetivo coletar documentos fiscais e contábeis.
“Esses mandados irão ajudar a comprovar que muitas das empresas que forneceram notas fiscais a cooperativa, na verdade não existem, eram empresas fantasmas”, disse.
A OPERAÇÃO
A Operação Etanol foi deflagrada em julho de 2017, que culminou com o bloqueio dos bens do ex-gerente financeiro da cooperativa, Nivaldo Francisco Rodrigues, apontado como líder do esquema e pivô da investigação. Foi graças ao seu enriquecimento financeiro que os diretores da cooperativa decidiram fazer uma auditoria interna e descobriram a fraude.
Na época, antes da deflagração da operação, Polícia Judiciária Civil chegou a pedir a prisão preventiva, porém o pedido foi negado pela Justiça, sendo autorizado apenas o monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Este ano, porém, foi deflagrada a 2ª fase da operação após a Polícia Civil descobrir que Nivaldo continuava realizando movimentações financeiras na cooperativa. Entre o fim de 2017 e o começo deste ano foram movimentados cerca de R$ 1 milhão. Foi nesta 2ª fase que o ex-gerente teve sua prisão preventiva decretada.
De acordo com as investigações, ele é o chefe da organização criminosa, agindo como elo entre as empresas fantasmas e os recursos da cooperativa. A maior parte do dinheiro, segundo as informações, ficava com ele.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA DA DEFESA DE JÚNIO JOSÉ GRACIANO
A defesa de Junio José Graciano, um dos envolvidos na operação recentemente deflagrada para apurar desvios na Cooprodia, tem a informar que não tem qualquer envolvimento com desfalques e, em juízo, auxiliará as autoridades a descobrirem os verdadeiros responsáveis por irregularidades administrativas. Estamos à disposição do Poder Judiciário e, de antemão, não daremos mais quaisquer declarações até obtermos cópia integral da decisão cautelar emanada do juízo de Campo Novo.
Contribuinte
Quinta-Feira, 23 de Agosto de 2018, 21h11Areal
Quinta-Feira, 23 de Agosto de 2018, 14h43