Economia Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 14h:05 | Atualizado:

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JUSTA CAUSA

Funcionário é demitido por ameaças contra "colegas" gays no trabalho

Ele recorreu à Justiça Trabalhista, que validou a demissão

Da Redação

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Comportamento homofóbico e ameaças a colegas homossexuais dentro e fora do ambiente profissional levaram a Justiça do Trabalho de Mato Grosso a confirmar a demissão por justa causa de um auxiliar de produção de uma empresa do setor alimentício. A decisão foi confirmada por unanimidade pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MT), que reconheceu a prática de falta grave e a violação da dignidade e do direito à convivência respeitosa no ambiente de trabalho.

A sentença reforça o combate à LGBTfobia no ambiente de trabalho, tema que ganha destaque nesta semana, marcada pelo Dia Internacional de Enfrentamento à Discriminação contra pessoas LGBTQIA+, celebrado em 17 de maio.

O caso envolveu um trabalhador dispensado em 2020, após uma sequência de condutas ofensivas e discriminatórias contra um colega. Na ação, ele tentou reverter a demissão por justa causa, alegando não ter cometido falta grave. A empresa, porém, sustentou que o desligamento se deu pela gravidade da conduta e da quebra de confiança.

Sindicância interna apurou que o trabalhador, após fazer piadas homofóbicas sobre um colega, passou a agir com hostilidade quando foi advertido pelo ofendido. Em atitude premeditada, esperou o colega no estacionamento da empresa ao fim do expediente, onde iniciou uma série de agressões verbais. A situação só não se agravou porque a vítima não reagiu e o vigilante da empresa foi chamado às pressas para intervir. A situação foi testemunhada por outro colega e registrada por câmeras de segurança.

Saindo do estacionamento, a vítima foi perseguida e agredida verbalmente até sua residência pelo autor das falas homofóbicas. Ao julgar o caso, o juiz observou que eventuais excessos de linguagem, desde que não  configurem discurso de ódio ou discriminatório, poderiam ter sido corrigidos de maneira pedagógica, com uma advertência.

No entanto, a conduta do trabalhador foi considerada premeditada e grave o suficiente para justificar a rescisão por justa causa. “As imagens e depoimentos confirmaram que o trabalhador planejou intimidar e constranger colegas homossexuais”, afirmou. A sentença destacou que ameaças à integridade psicológica configuram ilícito previsto no Código Penal.

“Não é demais registrar que a homotransfobia se traduz em ação ou omissão que agride a identidade e a orientação sexual das pessoas da comunidade LGBTQIA+, atingindo-lhes o direito humano mais fundamental que é o de viver com liberdade e dignamente”, enfatizou o magistrado, ao lembrar que desde 2020 a homofobia foi equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal.

A decisão ainda fez referência à Convenção Interamericana Contra o Racismo e todas as formas correlatas de intolerância, que tem status de emenda constitucional no Brasil desde 2022 e reforça o dever do Estado de prevenir, eliminar e punir práticas discriminatórias.

Combate à LGBTfobia

Diante da gravidade das condutas, o juiz determinou o envio de ofícios ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso, ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal para que avaliem a abertura de investigações sobre os crimes, incluindo discriminação e falso testemunho.

O Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, celebrado em 17 de maio, lembra a data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças, em 1990. A data é um alerta sobre a discriminação contra pessoas LGBTQIA+ e reforça a necessidade de políticas de inclusão e antidiscriminação.

A Justiça do Trabalho em Mato Grosso conta com canais de denúncias para demandas de discriminação por lgbtfobia. A Ouvidoria, localizada no térreo do Fórum Trabalhista de  Cuiabá, está aberta ao público externo, com orientações sobre como proceder em casos de violência. Magistrados, servidores, terceirizados e estagiários também podem encaminhar as demandas para o Subcomitê de Diversidade, Equidade e Inclusão do TRT/MT.





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Comentários (6)

  • FF

    Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 16h51
  • Toda infelicidade na vida de um homofobio é refresco. Espero que continue desempregado. kkkkkkkkk
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  • Zeca

    Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 16h37
  • Tá danado,a maioria são de porcelana.
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  • jj

    Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 14h55
  • tem que tomar cuidado tbem...que muitos gays são feito de porcelana...com respeito é claro...mas tem uns...
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  • Terapia nele

    Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 14h42
  • A raiva não é do colega gay, é raiva dele contra ele mesmo, projetada no colega. Ele é gay enrustido, não se aceita e extravasa nos outros que tem a coragem que ele não tem. Precisa de terapia para sair do armário e deixar de ser fiscal de ci alheio
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  • Omar Telo

    Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 14h25
  • Viram??? É isso que o bolsonarismo faz! Desempregado, e por justa causa.
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  • Eugène Terre'Blanche

    Segunda-Feira, 19 de Maio de 2025, 14h21
  • Hoje você não pode dizer mais nada contra gays e negros. Infelizmente o mundo mudou.
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