O juiz da 4ª Cível Especializada em Recuperação Judicial e Falências de Rondonópolis (216 KM de Cuiabá), Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, declarou encerrado o processo de recuperação judicial do Grupo Bom Jesus – gigante no agribusiness de Mato Grosso, e que tinha dívidas de R$ 2,6 bilhões no ano de 2016. A decisão é da quinta-feira (14).
Em seu despacho, o magistrado confessou ser “gratificante” contribuir para a manutenção da organização, que abriu as portas no ano de 1987, no município de Pedra Preta (245 KM de Cuiabá), iniciando suas atividades na comercialização de sementes. “É gratificante poder contribuir para a manutenção de um grupo de empresas economicamente viável, garantindo o cumprimento de sua função social”, confessou o juiz.
De acordo com informações da decisão que encerrou o processo de recuperação judicial, o Grupo Bom Jesus ainda possui algumas pendências em relação ao cumprimento do plano de recuperação judicial - como o pagamento de credores, por exemplo, que nesses processos costumam ser parcelados. Para o magistrado da 4ª Vara Cível Especializada em Recuperação Judicial e Falências, no entanto, este não é um fator que impeça a declaração do fim do processo.
Ele destaca que a empresa vem quitando os débitos regularmente. “No caso em tela, verifica-se que o grupo recuperando logrou êxito em superar a crise econômica na qual se via envolvido no início do processo, ao tempo da apresentação do pedido de Recuperação Judicial; tendo se submetido ao procedimento recuperacional com a obtenção do sucesso almejado pela lei. Nessa toada, embora as previsões de pagamentos das obrigações assumidas no Plano de Recuperação Judicial se estendam ao longo de anos à frente, tal fato não constitui óbice ao encerramento da Recuperação Judicial, uma vez que a própria lei abarca a expressa previsão da finalização”, explicou o magistrado.
O Grupo Bom Jesus inclui 11 outras empresas – de transportadoras a fazendas. Todas elas faziam parte do processo.
Em 2016, quando a Justiça autorizou o processamento da recuperação judicial, a organização colocou a culpa na estiagem do ano de 2015 e na “intransigência” da negociação da dívida com alguns de seus credores, principalmente as multinacionais.
Em 2015 o grupo cultivava cerca de 250 mil hectares de soja, milho, e algodão. É um dos maiores do país no segmento do agronegócio.
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Segunda-Feira, 18 de Novembro de 2019, 08h49LUNETA
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