Economia Segunda-Feira, 21 de Outubro de 2024, 23h:01 | Atualizado:

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GUERRA

Grileiros ignoram Justiça e destrõem 6 mil hectares de fazenda em MT

Invasores queimam área para criar gado e extrair madeira

Da Redação

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Mesmo após decisões judiciais em primeira e segunda instâncias, posseiros se recusam a deixar as áreas invadidas da Fazenda Fartura, localizada no município de Santa Terezinha (1,206 km de Cuiabá). Pertencente à Agropecuária São Sebastião, a fazenda tem 80% de seu território preservado como reserva legal, dentro da Floresta Amazônica e desempenha um papel crucial na conservação ambiental e abriga importantes pesquisas científicas.

Contudo, nos últimos 16 anos, o local designado como “Gleba Pelissioli” vem sendo degradado e sofrendo crimes ambientais por parte dos invasores, que queimam áreas para criação de gados e extraem madeira ilegalmente. Tais ações já foram alvos de sanções por parte do IBAMA e Ministério Público, que pede uma indenização de R$ 27,9 milhões pelo desmatamento criminoso de quase seis mil hectares da Floresta Amazônica e Reserva Legal do local.

“Mesmo tendo esgotado todos os recursos na Justiça do Estado do Mato Grosso e pacificado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, o grupo invasor ainda insiste em se manter na propriedade, afirmando ser uma área devoluta e por isso livre para ser tomada. Porém, já está mais do que provado que os proprietários têm a posse do imóvel há mais de 30 anos, que é uma propriedade produtiva e ainda cumpre com uma importante função socioambiental”, comenta o advogado Maurozan Cardoso Silva, responsável pela defesa da Agropecuária São Sebastião.

O advogado explica que no momento é aguardado a avaliação da Comissão Regional de Soluções Fundiárias, órgão que busca soluções consensuais para conflitos fundiários coletivos, rurais ou urbanos. A ação continuada pode ainda ser passível de fiscalização e até mesmo alvo de operações policiais para que seja garantido o cumprimento dos termos da decisão judicial.

“O grupo invasor segue na localidade e ainda busca respaldo político para garantir sua consolidação, que é visivelmente fruto de uma indústria de grilagem. Quem encabeça o movimento são pessoas que já respondem por esbulho, turbação, ameaça e conflito fundiário coletivo rural em outros processos”, ressalta.

LABORATÓRIO A CÉU ABERTO

Além de seu valor econômico, a Fazenda Fartura é um patrimônio biológico de enorme importância. Desde 2009, o local serve de base para um programa de inventário e monitoramento da fauna terrestre, coordenado pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o vice-diretor e curador da Seção de Aves do Museu, Luís Fábio Silveira, foram registradas 570 espécies de aves na fazenda, o que representa cerca de um terço de toda a avifauna brasileira, tornando a Fazenda Fartura a área com o maior número de espécies de aves no Brasil, e a segunda maior da América Latina, superada apenas por uma localidade no Peru.

A pesquisa também revelou a presença de 57 espécies de mamíferos de médio e grande porte, sendo que 13 delas estão ameaçadas de extinção. "Os resultados encontrados mostram que a área está em excelente estado de conservação, abrigando um número significativo de espécies endêmicas e ameaçadas, tornando-a um local de grande relevância para a conservação da biodiversidade", afirma Silveira. 

Entre os animais ameaçados em extinção encontrados na área estão: onça pintada, cervo do pantanal, boto do Araguaia, cuxiú, bugio e suçuarana. O projeto já resultou na publicação de 46 artigos científicos, além de teses e dissertações, consolidando a fazenda como um dos mais importantes centros de pesquisa sobre biodiversidade no Brasil. “O local, que também registra a presença de grandes frugívoros, dispersores de sementes que ajudam na manutenção das florestas, está sob constante ameaça devido às ações ilegais de desmatamento e queimadas promovidas pelos invasores”, destaca o pesquisador.





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Comentários (10)

  • falei e disse

    Quarta-Feira, 23 de Outubro de 2024, 06h02
  • Invasores sao bandidos.portanto...cadeia é o minimo ..quem discordar é a mesma bosta de gente!
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  • CARLOS MAGNO SILVA CARVALHO

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 13h52
  • O agro é bandido, é grileiros, e desmatador, é incendiário, e coronelista. Cadeia nele!
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  • Elias

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 13h43
  • Ave maria.tem cada doido comentando..tem até jesus me abana..kkkk o outro chamando os.plantadores de soja de esquerdopata..pensa num cabaré que só.tem doido.?????
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  • Nascimento

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 11h31
  • Onde fica nossa força policial, que não entra e retira todos, seja por bem ou por força bruta, com direito inclusive a uso de armas para repressão.
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  • paulo

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 10h25
  • As coisas não é bem assim...vcs se dissem agro"" voces sim , roubem terra da união, fraudulentametes docomentaçao, fazem desmatamente criminosos, trabalhos escravos com os nossos irmão nordestinos, não pagam multas para o estado mt, aii quer se passar do certinhos, seus vagasssss
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  • alexandre

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 08h36
  • invasores nao são do MST ?
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  • Isaias Miranda - jesus meu tesouro !

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 07h02
  • Querem acabar com nosso Agro de todo jeito, abram os olhos enquanto há tempo! Fazuéli agora! O Brasil está quebrando! Mato Grosso potência! Campeão do Agro! O fim está próximo! Deus é fiel!
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  • Waldir Aparecido Taques

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 06h36
  • Se essa coisa não for crime Ambiental.nada mas é Que falta é por embargo desse criminoso na comunidade Europeia.
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  • Juvenal

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 05h10
  • Invasores que insistem em continuar passando a boiada. Agro tóxico das 72 horas.
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  • Ademir

    Terça-Feira, 22 de Outubro de 2024, 00h31
  • Só no tiro nestes esquerdopatas mesmo , não tem jeito , não tem Justiça , omissa !!!! Não temos defesa de propriedade, temos de atirar pra defender como o nosso sangue o que produzimos e sofremos a vida inteira !!!!
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