Economia Quarta-Feira, 13 de Novembro de 2024, 22h:20 | Atualizado:

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CRISE NO AGRO

Grupo em MT entra em recuperação de R$ 181 milhões; administrador será de SP

Fértil alegou que morte, crise climática e juros para crise

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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O produtor rural de Água Boa (750 Km de Cuiabá) e dono do grupo Terra Fértil, Vilson de Oliveira Andriollo, ingressou com um pedido de recuperação judicial com dívidas acumuladas de R$ 186,5 milhões. Em despacho publicado na última segunda-feira (11), o juízo da 4ª Vara Cível de Rondonópolis (216 Km de Cuiabá), autorizou o início do trâmite do processo.

Nos autos, Vilson, produtor de soja, milho e gergelim e pecuária que atua com seus familiares Paula Roberta Ferreira Martins Andriollo e Tyrone da Silveira Andriollo, garante “possuir sólida viabilidade econômica” para superar o momento de crise. “A recuperação judicial não apenas representaria uma chance de reestruturação financeira, mas também um meio de garantir a sustentabilidade de suas atividades econômicas no futuro”, dizem os produtores.

Segundo os autos, aproximadamente 80% da dívida do grupo fundado em 2001 é com instituições financeiras, sobretudo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O grupo também tem dívidas com revendas e não possui débitos trabalhistas.

O Grupo Terra Fértil cultiva grãos e mantém integração lavoura-pecuária (ILP) em 3,6 mil hectares . Da área total, 3 mil hectares são próprios e 600 hectares são arrendados. O grupo possui 30 empregados diretos.

Em 2004, a organização enfrentou a primeira crise, com o impacto de problemas econômicos no Brasil. Dez anos depois, uma seca extrema que paralisou o plantio levou o grupo a enfrentar nova crise.

Em 2019, os sócios venderam fazendas em Ribeirão Cascalheira (MT) para quitar parte das dívidas. Em 2022, o grupo viu a crise financeira piorar com o aumento da taxa Selic.

Segundo a companhia, os juros de contratos de empréstimo subiram na época de 5,5% ao ano para 30,1%. Ainda tentando se equilibrar, o grupo sofreu prejuízos na safra, por causa da seca em Mato Grosso no segundo semestre de 2023.

Além da quebra de safra por causa do clima, o pai de Vilson, Olmiro Andriollo, com quem ele tinha negócios em conjunto, faleceu em 2021, e as dívidas foram assumidas pelo grupo, que pagou R$ 40 milhões em débitos do patriarca, aprofundando ainda mais a sua crise. O juiz ainda determinou que o advogado Rogério de Lellis Pinto, de São Paulo (SP), atuará como administrador judicial do grupo durante o processo de recuperação judicial.

Com o processamento dos autos, os produtores possuem 60 dias para apresentar o plano de recuperação - a proposta de pagamento das dívidas, com prazos e deságios. Durante 180 dias a organização fica “blindada” (stay period) de ações de cobranças dos débitos arrolados no processo de recuperação judicial.

Confira abaixo a lista de credores dos produtores em crise: 

Classe I, Trabalhista:

EDILANE DE MORAIS E SOUZA - R$ 5.351,48;

MARCILENE FERREIRA DE OLIVEIRA FONSECA - R$ 5.306,13;

MARILZA JESUS SANTOS - R$ 4.009,50;

ADELAR DA SILVA - R$ 7.041,53;

ALMIRO ALVES DOS SANTOS - R$ 4.058,96;

ANTONIEL MARTINS RAMOS - R$ 8.499,82;

AUREA GRANDE RIBEIRO - R$ 1.907,84;

BIA TAILENI MONTEIRO - R$ 6.500,73;

DEIVIS SAMUEL SOLORZANO RAMOS - R$ 4.187,66;

DOGRIMAR FRANCISCO DE SOUZA - R$ 6.884,31;

FABIO MARQUES PARREIRA FILHO - R$ 4.910,86;

FABIO VITOR DE LIMA CAMPOS - R$ 2.973,84;

GABRIEL ASSUNÇÃO DA SILVA - R$ 5.160,39;

JUAREZ CANDIDO RIBEIRO - R$ 2.059,01;

KENIA KARLA FERREIRA MARTINS PARREIRA - R$ 5.841,00;

LAYZA THAYLLANE LIMA BATISTA - R$ 5.627,12;

MARCOS ANTONIO BARRADAS DA SILVA LEAL - R$ 6.293,14;

MARCOS CASTRO CARDOSO - R$ 5.597,18;

MARCOS GUEDES RIBEIRO - R$ 4.635,99;

MARIA FERNANDA GRANDE RIBEIRO - R$ 2.561,65;

MARIA JULIA GRANDE RIBEIRO - R$ 3.406,25;

NALDYNE FOLVER COSTA DE MORAIS - R$ 3.646,97;

NELSO PORTELLA DE LIMA - R$ 5.628,04;

PEDRO MONTEIRO DA SILVA - R$ 3.188,38;

REGINALDO FERREIRA DOS SANTOS - R$ 9.007,09;

REILA CRISTINA CRUVINEL DE OLIVEIRA - R$ 7.099,13;

RENAN DE OLIVEIRA DUARTE - R$ 6.358,55;

VALDIVINO SANTOS SILVA - R$ 5.902,38;

VERBERLEY RODRIGUES DA SILVA - R$ 7.072,59;

WESLEY FERREIRA DE SOUSA - R$ 8.746,68.

TOTAL TRABALHISTA: R$ 166.563,33 -

Classe II, Garantia Real:

BANCO DO BRASIL - R$ 81.476.368,78;

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - R$ 41.139.629,67;

BANCO BRADESCO - R$ 2.615.071,54;

AGREX DO BRASIL LTDA - R$ 350.300,00;

AGRICOLA ALVORADA S.A. - R$ 4.723.732,28;

BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A. - R$ 4.956.318,79;

BANCO RABOBANK INTERNATIONAL BRASIL S/A - R$ 22.867.246,86;

CARGILL AGRICOLA S.A - R$ 654.584,00;

NG TRADE LTDA - R$ 1.817.599,20;

RURAL BRASIL LTDA - R$ 3.726.446,00;

AGRITEX COMERCIAL AGRÍCOLA LTDA - R$ 4.000.000,00;

ESTÃNCIA BAHIA LEILÕES - R$ 7.500.000,00.

TOTAL GARANTIA REAL: R$ 175.827.297,12

Classe III, Quirografários:

BANCO DO BRASIL - R$ 50.000,00;

SINOVA INOVACOES AGRICOLAS S.A - R$ 215.161,94;

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - R$ 40.000,00;

AGREX DO BRASIL LTDA - R$ 4.169.206,72;

AGRICOLA ALVORADA S.A. - R$ 528.442,00;

CARGILL AGRICOLA S.A - R$ 72.000,00;

PANTANAL AGRICOLA S.A. - R$ 45.000,00;

RURAL BRASIL LTDA - R$ 40.300,50;

SYNGENTA SEEDS LTDA - R$ 40.050,00;

FATTORIA COM. E REP.DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA - R$ 36.495,00;

TOTAL QUIROGRAFÁRIO: R$ 10.473.312,32

Classe IV, ME/

EPP: GESSO VITORIA LTDA - R$ 14.000,00;

T. CASTANHO GIMENES LTDA - R$ 8.000,00.

TOTAL ME - EPP: R$ 22.000,00 -

TOTAL GERAL: R$ 186.489.172,77





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Comentários (4)

  • Professor

    Sexta-Feira, 15 de Novembro de 2024, 22h21
  • Sou formado em administração e ciências contábeis e como faço para o judiciário me indicar para ser administrador de uma recuperação judicial dessas aí???? Vão trazer um cara lá de São Paulo, pra fazer isso??? Aqui em Mato Grosso só tem burro é...ou só o pessoal do grupinho que vai...é muita RJ e ninguém me indica . Fiquei sabendo que esses caras e esses escritórios indicados pelo judiciário ganham milhões...o da Americanas ganhou 100 milhões, mais honorários de 1.800.000 mensais...me chama que eu vou...incluindo trabalho na escala 6x1
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  • Moraes

    Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2024, 09h44
  • Que se fodam. !
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  • ROBERTO DOUGLAS

    Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2024, 08h56
  • Eles mentem d+. Supondo que a SELIC estivesse na mínima de 2%(fictícia a mando do Paulo Guedes) e o contrato tinha juros de 5,5% então a parte variável seria de 3,5%. Se a SELIC subiu em 2022 para 10%, no máximo a o total seria 13,5 e não 30% como alegam. A incompetência sempre é deixada de lado, culpando "clima", "juros" e etc
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  • guaraná ralado

    Quinta-Feira, 14 de Novembro de 2024, 06h44
  • O agro de MT esta acabando, governos só sabem sugar até o osso, um dia acaba.
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