O senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes (PL), vislumbra um cenário complicado nos próximos dias para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF). Dino será sabatinado pelos 81 senadores em 13 de dezembro, mas de acordo com Fagundes, o Partido Liberal já se posicionou contra sua indicação.

"Como senadores, cabe a nós realizar a sabatina e, é claro, votar. São duas etapas: a Comissão de Justiça e a votação em plenário. Eu, como líder do bloco vanguarda, já indiquei os nomes do nosso partido para a Comissão de Justiça, e eles terão atuação lá para representar o partido. No plenário, o líder Carlos Portinho terá esse papel. Nós ouviremos, mas o PL já tem uma posição muito firme de votar contra a indicação do Flávio Dino", declarou Fagundes à imprensa nesta sexta-feira (1°).

A indicação de Dino para ocupar uma cadeira na mais alta Corte do país enfrenta resistência, principalmente de políticos mais alinhados à direita, que afirmam que Lula e Flávio Dino são amigos e que o presidente petista quer utilizar o Poder para fins pessoais e políticos. Fagundes foi questionado sobre esse cenário e, em resposta, destacou a força que o presidente do país possui, mas reforçou a posição já determinada pelo PL de votar contra a indicação. Ele ainda criticou o governo atual por aumentar ministérios, 'para atender demandas políticas'.

"Flávio Dino tem uma carreira. Ele foi juiz e governador. Porém, ele certamente tem uma vertente política também, mas isso não é crime. Acredito que devemos analisar sua postura enquanto ministro da Justiça, e isso será discutido. Ouviremos lá. No entanto, a posição do partido é muito clara. No Brasil, o presidente possui uma força até maior do que um rei, é um sistema muito forte que o governo, especialmente esse governo, tem utilizado para influências políticas. Houve um aumento de ministérios, ou seja, para atender às demandas políticas, que nem sempre são as mesmas da sociedade", concluiu.