Mesmo inacabada, a Arena Pantanal satisfez a torcida em seu jogo de estreia, que terminou em um empate, sem gols, entre Mixto e Santos, válido pela Copa do Brasil. Contudo, o acabamento do estádio e a falta de organização também marcou a partida inaugural. Os portões foram abertos com quase duas horas de atraso, o que irritou parte da torcida. A entrada também começou tumultuada pelo fato das catracas ainda não estarem instaladas.
A iluminação externa da Arena, que é toda feita de LED, também não funcionou. De acordo com o arquiteto responsável pela obra, Sérgio Coelho, um problema elétrico na semana passada queimou as lâmpadas. “Esse tipo de problema é natural nos eventos testes, ainda assim o estádio está muito mais bonito do que quando o projetei”.
Em meio ao coro, dos mais de 20 mil torcedores alvinegros presentes, estava difícil diferenciar as torcidas do Mixto e Santos. Esta atmosfera emocionou o pequeno João Lucas, de 9 anos. Ele contou que já visitou outros estádios, inclusive na Arena Recife, que também será palco da copa, mesmo assim se surpreendeu com a beleza da arena cuiabana.
A opinião também foi compartilhada pelo servidor público, Luciano Pereira dos Santos, de 31 anos. Porém, ele ressaltou que pelo tempo que tiveram para preparação a obra está aquém do esperado. “Está bom, mas ainda não o suficiente. Por exemplo, deixaram mais pessoas do que a capacidade atual permitia, aí formaram estas filas em pé que atrapalham a visão do campo”.
A multidão, inclusive, invadiu a área destinada aos cadeirantes, que ficaram espremidos entre os torcedores. Como relatou o cadeirante, Junior Almeida, de 37 anos.
De acordo com Junior, a coordenação do evento também não tinha conhecimento da lei municipal que prevê a entrada gratuita dos cadeirantes aos eventos esportivos e queriam barrar a sua entrada. “É uma situação chata, e causa certo mal estar, como se eu tivesse errado, acabei tendo que esperar uns 20 minutos para resolverem”.
Conforme ele, a acessibilidade foi um ponto alto, mas ainda existem arestas a serem aparadas. Os acentos para pessoas portadoras de necessidades especiais também não atendiam as normas específicas. “Na calçada externa falta uma rampa e eu precisei esperar a boa vontade das pessoas para atravessar. Já o banheiro tinha uma porta muito pesada que dificultava o acesso”.
Os torcedores também reclamaram da falta de informação no entorno do estádio, placas com a sinalização invertidas e principalmente das cadeiras recém instaladas, algumas chegaram até mesmo a se soltar no meio da partida. Também não havia lixeiras nas proximidades e diversas pessoas tiveram que carregar suas próprias sacolas de lixo.
De acordo com o secretario da Secretaria Extraordinário da Copa do Mundo (Secopa), Maurício Guimarães, todos estes problemas serão corrigidos até o teste final da Arena, no dias 26 de abril, na partida entre Luverdense e Vasco da Gama. Ele afirmou que o governo também vai tentar realizar outros eventos testes antes da entrega oficial do estádio para a Fifa, no dia 23 de maio.
Conselheiro Municipal
Quinta-Feira, 03 de Abril de 2014, 11h01