O Ministério Público do Estado de Mato Grosso solicita informações da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) sobre a conclusão do processo eleitoral para a diretoria da entidade. A cobrança faz parte de um inquérito civil instaurado para acompanhar a regularidade e a transparência na gestão da federação, responsável pela organização do futebol no estado.
De acordo com o despacho, assinado pelo promotor de Justiça Renee do Ó Souza, neste dia 17 de junho, a Justiça Estadual homologou recentemente um acordo celebrado no âmbito de uma ação civil pública. Como parte desse acordo, foi determinada a realização de novas eleições na FMF, sob a condução do interventor indicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Luciano Hocsman.
O Ministério Público requisitou que a Federação apresente, em até cinco dias úteis, com documentos comprobatórios, informações sobre a realização e a conclusão do procedimento eleitoral. A medida busca assegurar que o processo ocorra de forma legítima e transparente, atendendo aos princípios de governança e legalidade.
O interventor nomeado pela CBF teve a responsabilidade de garantir a lisura e a regularidade do pleito, após questionamentos jurídicos sobre a condução anterior das eleições na federação.
A FMF deverá encaminhar a documentação exigida por meio eletrônico, conforme prevê o sistema de peticionamento online do Ministério Público.
Após o recebimento das informações, o caso voltará a ser analisado pela 26ª Promotoria de Justiça Cível de Cuiabá, especializada em Fazenda Pública e Fundações. O Ministério Público então decidirá sobre os próximos encaminhamentos.
A eleição da nova diretoria é vista como um passo importante para a reorganização administrativa da FMF, após um período de questionamentos jurídicos e administrativos que envolveram a entidade.
Através da assessoria, a FMF respondeu ao ge: "o prazo que o MP deu é para explicar como está o processo eleitoral, o que já está sendo feito pelo nosso advogado. O processo está suspenso, por ordem da Comissão Eleitoral, até o dia 25/6, quando haverá uma reunião entre a Comissão e a Federação Mato-grossense."
A eleição da FMF estava prevista para 3 de maio, mas foi suspensa por liminar judicial após denúncias de irregularidades e questionamentos sobre a elegibilidade de candidatos. Desde então, o processo ficou paralisado, com tentativas de destituição da comissão eleitoral e disputas entre as chapas.
A eleição na Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) virou alvo de disputa judicial e intervenção da CBF. O mandato do então presidente Aron Dresch terminou em 26 de maio de 2025 sem que uma nova eleição tivesse sido realizada. Diante da indefinição, a Justiça de Mato Grosso nomeou o advogado Thiago Barros como administrador provisório da entidade. No entanto, a CBF contestou a decisão judicial, alegando que a nomeação violava normas da FIFA e do Estatuto do Futebol, que proíbem interferência externa nas entidades esportivas.
Como alternativa, a CBF indicou Luciano Hocsman, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, para atuar como interventor interino. Após negociações, a Justiça aceitou a proposta da CBF e revogou a nomeação anterior. Em audiência, ficou acordado que a eleição da FMF segue organizada sob supervisão da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMA), restaurando a normalidade do processo eleitoral.