O comandante da Polícia Militar em Brasnorte (586 km de Cuiabá), o capitão identificado como Cirano Ribas de Paula Rodrigues, está sendo acusado de desrespeito e racismo contra um de seus subordinados. Na manhã desta quarta-feira (18), após uma bebedeira no Auto Posto Happy 77, na cidade, ele quebrou o celular do soldado D. F. e o chamou de "corno", afirmando que a esposa dele já teria dormido com todo o pelotão, inclusive com o próprio capitão, insinuando que o filho do soldado poderia não ser dele.
Ainda destemperado, o capitão também chamou o soldado de "preto" e de "cachorro". Segundo boletim de ocorrência da Polícia Militar, a equipe policial foi acionada por telefone do próprio estabelecimento.
Uma pessoa relatava uma desavença entre dois policiais: o comandante de Brasnorte e um policial. Conforme relato, Cirano Ribas de Paula Rodrigues teria tomado o telefone celular do policial identificado pela inicial D. F. e o quebrado ao meio. Após receber a denúncia, a equipe policial se deslocou imediatamente ao local. Ao chegar, percebeu que ambos os policiais estavam bastante nervosos e aparentando estar sob efeito de álcool.
Os policiais tentaram acalmar a situação. Nesse momento, o capitão fez algumas declarações agressivas contra o soldado D. F., dizendo que seu filho recém-nascido poderia não ser dele, podendo ser de outro, além de chamá-lo de “corno”.
Durante uma conversa com o soldado, o capitão solicitou que sua arma fosse retirada do local pelos policiais e guardada, o que foi feito, e a arma foi colocada no cofre do pelotão.
Em seguida, a equipe policial entrou em contato com o irmão do soldado, um cabo identificado como M., para buscá-lo no posto. O cabo chegou ao local, chamou o irmão para sair do local e resolver a situação depois.
Nesse momento, o capitão se levantou e se aproximou do cabo e do soldado D. F., insinuando que iria levá-los a um lugar onde não haveria câmeras.
Após essa ameaça, o cabo saiu levando seu irmão e foi até o Pelotão da Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência.
No registro policial, D. F. afirmou que estava em uma confraternização na Associação Casa da Sopa, junto com o capitão e outros colegas. Nesse encontro, ele afirmou que o capitão teria agredido um outro policial e feito ameaças de violência, dizendo frases como “se te pego na rua, você está frito”.
Depois, o soldado relatou que foi até o posto de combustíveis, onde viu o capitão conversando com algumas pessoas, incluindo uma mulher. Ao se aproximar, percebeu que o capitão estava discutindo com o policial que havia agredido no clube, momento em que o capitão teria dado tapas na nuca do policial.
CORNO
O soldado também afirmou que, após essa agressão, o capitão o convidou a se juntar a uma mesa e, em tom de ordem, começou a chamá-lo de “corno” e a dizer que sua esposa teria “dado” para todos os policiais do pelotão, além de mencionar que ele havia “comido” (tido relações sexuais) com outras pessoas, sugerindo ainda a realização de um teste de DNA para comprovar se o filho do soldado era dele. "Começou a dizer que ele é corno e que sua esposa teria dado para todos os policiais do pelotão, que até ele mesmo já teria comido e que o filho não seria seu, e que fizesse um teste de dna para saber se era seu mesmo", traz trecho do boletim.
Ele também relatou que pediu ao capitão que respeitasse sua dignidade e a da sua família, mas C. R. respondeu dizendo para que ele se colocasse no lugar dele. O policial afirmou que pediu para que o capitão se acalmasse e o respeitasse como soldado e pessoa, tentando deixar o local. No entanto, o capitão teria impedido sua saída, pegado a chave do seu carro e ordenado que permanecesse lá, dizendo que ele deveria se comportar como um soldado — ou seja, ficar no local e se comportar de acordo.
Ao longo do relato, o soldado também afirmou que o capitão, de forma ameaçadora, teria dito que ele e seu irmão, o cabo M., já tinham sido comandados por ele e que ambos eram “dois bostas” e “dois merdas”, não considerados policiais de verdade. Cirano Ribas de Paula Rodrigues teria dito que eles eram “corno” e que o cabo estaria com sua esposa por interesses financeiros.
Ele relatou que pediu novamente respeito e que o capitão respondeu chamando-o para ir ao fundo do posto, alegando que lá não haveria câmeras e que iria dar uma “lição” nele. Quando o soldado se negou, o capitão o chamou de “negro” e “cachorro”, ordenando que se sentasse no chão. O soldado questionou se realmente deveria fazer aquilo, e Cirano Ribas de Paula Rodrigues confirmou, dizendo que ele era um “soldado” e deveria se sentar.
O soldado também disse que, posteriormente, o capitão voltou a falar sobre sua esposa e sua suposta relação com pessoas presentes, alegando que ela tinha “comido” sua esposa. Todo esse episódio foi testemunhado por funcionários do posto.
Após tudo isso, o soldado afirmou que se levantou, pegou seu celular para filmar o que estava acontecendo, mas, nesse momento, o capitão teria dado um golpe conhecido como “mata-leão”, tomado seu celular à força e, depois, quebrado o aparelho ao meio.
Ele também relatou que, com a cena toda percebida por outras pessoas presentes, foi solicitado que chamassem a polícia para intervir.
Por fim, o soldado afirmou que teme ser perseguido pelo seu superior hierárquico, o capitão, devido às ações que acredita terem sido motivadas por ressentimento ou retaliação.
A corregedoria da PM vai apurar os fatos.
Nota oficial
A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS-MT) repudia qualquer tipo de preconceito e discriminação dentro da corporação, bem como desrespeito no trabalho diário. Diante dos últimos fatos denunciados, se solidariza e dedica total apoio na defesa do soldado e cabo da Polícia Militar de Brasnorte, alvos de agressões físicas e verbais por parte do capitão, comandante local.
A ACS desde o início disponibilizou a equipe jurídica para acompanhar os militares (vítimas).
Também parabeniza o trabalho da Corregedoria Geral da Polícia Militar, que agiu prontamente ao receber a comunicação da conduta do comandante e encaminhou representante à cidade a fim de adotar as providências necessárias referente ao lastimável evento ocorrido.
Laudicério Machado - Presidente da ACS-MT
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Quinta-Feira, 19 de Junho de 2025, 11h50Brasnorte
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