Esporte Sexta-Feira, 10 de Julho de 2015, 13h:40 | Atualizado:

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Parreira diz que Guardiola não seria útil em 2014

 

ESPN

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Carlos Alberto Parreira não tem papas na língua. Nem mesmo quando o assunto é a Copa do Mundo de 2014 e o vexatório 7 a 1 sofrido na semifinal diante da Alemanha. Também é um homem otimista, mesmo que, por vezes, tenha opiniões que são contra o que boa parte do povo brasileiro pensa. Das explicações às novas previsões, ele mostrou todos esses lados em entrevista exclusiva ao Bate-Bola nesta sexta-feira.

"Nessas circunstancias, eu acho que não ajudaria em nada, sou contra. Conheço o trabalho do Guardiola. Foram 14 títulos em 16 competições. Mas uma coisa é dirigir o Barcelona, que só tem craque, tem recurso. Outra é no futebol brasileiro, que a seleção se reúne a cada dois meses. Até ele entender a cultura demanda um tempo grande. Acho que em clubes os técnicos estrangeiros fariam trabalhos maravilhosos. Se algum deles vier aqui no Brasil, ganhar três Brasileiros, uma Copa do Brasil, aí sim tem que assumir a seleção. Mais primeiro tem que entender a cultura. . Colocar um estrangeiro não vai resolver um problema de uma hora para outra. Nossos treinadores lidam com dificuldades muito grande, atrasos salariais, falta de estrutura, nível intelectual, queima de etapas... Seria muito bom se o Guardiola vir trabalhar em um projeto de cinco, dez anos. Mas quem garante que o Brasil seria campeão com ele chegando aqui um ano antes? Acho ele um dos melhores do mundo, sabe como treinar um time. Seria útil, mas não naquele contexto. O técnico da seleção tinha que ser brasileiro", disse.

O ex-coordenador da CBF ficou marcado na Copa não só pelo 7 a 1, mas também por ter dito que a seleção brasileira já estava com uma mão na taça. E nem a previsão furada o faz ser menos confiante no futuro seleção. Parreira diz que repetiria o mesmo prognóstico de um ano atrás e garante: o Brasil vai se classificar para o Mundial de 2018. E entre os três primeiros nas eliminatórias.

"Quando me perguntam fico muito a vontade. Vou falar não? A gente jogava em casa, tinha a obrigação. Se tivesse que repetir, faria a mesma previsão (sobre a mão na taça). E o Brasil não fica fora da Copa de 2018. Baseado no time que nós temos e nos times da América do Sul. São 18 jogos, quatro vão direto e o quinto vai para a repescagem. O Brasil tem uma vaga garantida entre os três primeiros. Eu sou otimista. Vai ter dificuldade, não vai se fácil. Mas em 2001 perdemos seis jogos e mesmo assim fomos à Copa em terceiro", disse.

Como explicar a maior derrota do futebol brasileiro. Para Parreira, simplesmente não há explicações para o inexplicável .Mas nem tudo é negativo em uma goleada como essa. Para o ex-coordenador da CBF, o importante é que ficou um legado positivo.

"É muito difícil de explicar o que aconteceu, a eliminação daquela maneira. Irão se passar muitos anos e talvez não se chegue a uma conclusão jamais. Nunca um time perdeu de 7 a 1 em uma semifinal, nunca o Brasil perdeu assim. E não vai acontecer de novo, mesmo se jogarmos cem vezes com a Alemanha. Temos ante se depois de Cristo. E no futebol brasileiro vamos ter o antes e depois do 7 a 1. Não adianta. Não é pontual. Existem muitas circunstancias. Técnico, tático, falta da eliminatória... É impossível apontar uma única coisa", disse.

"Pelo menos o legado que ficou é o do debate. Estamos aceitando pela primeira vez que temos que reformular, pensar a longo prazo", completou.

SOLUÇÕES PARA O BRASIL

Carlos Alberto Parreira esteve na reunião organizada na última segunda-feira pela CBF para se proporem soluções ao futebol brasileiro. E sugeriu que acha ser a soluções dos problemas: uma pirâmide que comece a acertar os problemas nos clubes e termine formando uma seleção forte e que brigue novamente por títulos.

"A base da pirâmide é o clube. Sem clubes fortes, não existe seleção forte. No clube é que acontece a formação do jogador. É onde ele cresce. Tem que ter estrutura, hoje poucos tem uma estrutura altamente profissional. O segundo passo é a capacitação dos treinadores. Para formar bem o jogador precisamos de técnicos bem qualificados. Isso sim é um trabalho que deveria ser abraçado pela CBF. Mas não só para a primeira divisão. De cinco a dez anos, só permitir que trabalhe quem seja licenciado. O terceiro passo é o calendário, que acho que é uma tarefa para gênio. Tem que aliar três pilares: o político, o financeiro e o técnico. E quando se privilegia um, perde nos outros. Temos que arranjar um gênio que concilie isso aí e esteja disposto a quebrar paradigmas. Temos que nos desenvolver e acabar com jogos deficitários. Depois é a gestão. Só colocar gente profissional. E no ápice da pirâmide está a seleção brasileira. Ela vai se beneficiar de tudo isso. Queremos resolver nosso futebol pela seleção. Não vai ser assim. Temos que começar da base, fortalecer os clubes", explica.





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