Quatro anos depois, a Arena Pantanal, sede de Cuiabá na Copa do Mundo, está pronta. Ou quase. O estádio, que começou a ser erguido em 2010 no lugar do antigo Verdão e custou R$ 519,4 milhões de reais, já pode ser considerado a nova casa do futebol mato-grossense, mas ainda requer reparos.
De fora, a Arena chama a atenção pela simplicidade. A arquitetura do equipamento é retangular, envolta por uma fachada verde. Do lado de dentro, a casa cuiabana do Mundial também apresenta poucas ressalvas.
A visão do campo de jogo é toal de qualquer ponta da arquibancadas. Mas, no primeiro "evento-teste" da Arena em abril, 20 000 dos 44213 lugares estavam interditados, pois as cadeiras ainda não haviam sido instaladas. O problema foi solucionado em maio.
Se a Arena Pantanal faz sua parte para receber os quatros jogos programados da Copa do Mundo, a cidade não colabora. O entorno do estádio é desolador. Para chegar ao local, é preciso primeiro superar uma espessa poeira laranja, resultado das obras nas ruas de acesso.
Algumas vias nem asfalto tem. A iluminação pública nos arredores também é precária. Sair do estádio à noite em busca de táxi ou ônibus é tarefa das mais espinhosas. O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), propagandeado para ser entregue antes da Copa, ainda é só um esboço.
Assim como ocorre em Manuaus, A Arena Pantanal deve penar com a subutilização após a Copa. Pouco expressivo, o campeonato mato-grossense não bancará os altos custos de manutenção do estádio. O clássico local, entre Misto e Operário, tem média de público de 3 mil pessoas, embora seja realizado em um estádio de menor capacidade, o Presidente Dutra.
Como manter, então, a Arena Pantanal caminhando com suas próprias pernas? Maurício Guimarães, secretário da Secopa em Mato Grosso, disse que o lugar já foi concebido para ser um espaço multiuso. “A empresa que vier a ser escolhida como concessionária terá a oportunidade de realizar shows e eventos institucionais. O projeto é que a Arena seja autossustentável”.
Segundo Guimarães, as instalações externas do estádio terão grande serventia como o cartão postal de Cuiabá. “O entorno da Arena está em processo de revitalização. A uma área de lazer que receberá um restaurante e duas choperias, dois lagos artificiais, e um jardim suspenso.”
E o futebol pode voltar a marcar presença por ali. O Santos negocia a realização de dois jogos no estádio.