A Secretaria de Polícia Civil do Rio, em conjunto com as polícias civis do Amazonas e São Paulo, realiza a "Operação Rio Amazonas", na manhã desta sexta-feira, dia 16, para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 126 milhões, em um ano e meio, do Comando Vermelho. O esquema envolvia células da facção nos estados do Rio de Janeiro e Amazonas.
A ação também tem como alvo o traficante Wuellington Cardoso dos Santos, vulgo Mano Kaio, um dos principais líderes da facção amazonense, responsável pela ordem para os ataques na cidade de Manaus. Conforme O DIA divulgou ontem, com exclusividade, as ordens para os ataques, que duraram três dias no Amazonas, e atingiram sete cidades, tiveram participação de lideranças escondidas no Rio de Janeiro.
A operação é coordenada pelo Departamento Geral de Combate à Corrupção, Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), da Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), e conta com apoio do Departamento de Polícia Especializada, para cumprimento de 18 mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão, o bloqueio judicial de até R$ 126.984.934,67 nas contas bancárias das empresas, dos suspeitos e o sequestro de bens de alto valor, todos expedidos pela 1ª Vara Especializada do Crime Organizado (TJ-RJ) com atuação da 3ªPIP Especializada do MP-RJ.
As investigações identificaram uma forte ligação entre o grupo criminoso do Rio de Janeiro e seu braço no estado do Amazonas, autointitulado “Comando Vermelho do Amazonas” (CVAM), que usava o sistema bancário e de empresas de fachada para a remessa de valores do Rio de Janeiro para o Amazonas.
Os recursos seriam utilizados para o fortalecimento da facção no Estado do Amazonas, bem como para a aquisição de armas e drogas para o grupo criminoso do Rio de Janeiro, já que a organização criminosa amazonense controla territorialmente uma das principais rotas de tráfico da América Latina: a Tríplice Fronteira Amazônica, formada pelas cidades de Tabatinga-Brasil, Santa Rosa-Peru e Letícia-Colômbia.
Durante a investigação, se constatou que a estrutura de lavagem de dinheiro também presta serviço para o Primeiro Comando da Capital (PCC), a partir de recursos oriundos do Estado de São Paulo.