O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) "intensificou as condutas ilícitas" depois da ação que terminou com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, com a liberdade restrita e monitorado por tornozeleira eletrônica.
Jair Bolsonaro foi alvo de operação de busca e apreensão na sexta-feira (18), autorizada por Moraes. Além de usar tornozeleira, ele não poderá sair de casa das 19h às 7h nem se aproximar de embaixadas, entre outras restrições. Durante a ação, a Polícia Federal encontrou US$ 14 mil na casa do ex-presidente.
"Após a adoção de medidas investigativas de busca e apreensão domiciliar e pessoal, bem como e imposição de medidas cautelares em face de Jair Messias Bolsonaro, o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro intensificou as condutas ilícitas objeto desta investigações, por meio de diversas postagens e ataques ao Supremo Tribunal Federal nas redes sociais", escreveu o ministro em despacho deste sábado (19).
Moraes lista, em seguida, uma publicação de Eduardo Bolsonaro no X (antigo Twitter), outra no Facebook e uma entrevista concedida pelo deputado licenciado ao canal de notícias CNN Brasil. Em uma das postagens, Eduardo chama Moraes de "ditador" e "gangster de toga".
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde tenta jogar a opinião pública e o governo do país contra as autoridades brasileiras que investigam seu pai, Jair Bolsonaro. O inquérito no qual Moraes se manifestou investiga a conduta de Eduardo no país.
As medidas contra o ex-presidente da República foram neste inquérito, assim como o despacho deste sábado. O principal processo contra Bolsonaro, porém, é um que já está na reta final. O político é acusado de liderar uma trama golpista que culminou nos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023. Ele e vários de seus aliados podem ser condenados à prisão.
Depois da operação contra Bolsonaro, ainda na sexta-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou que Moraes e outros sete ministros do STF não poderão entrar no país. O presidente americano, Donald Trump, é o principal líder internacional do movimento de direita do qual o clã Bolsonaro faz parte.
Antes, Trump já havia dado declarações em apoio ao ex-presidente brasileiro. O movimento mais contundente foi até agora quando Trump anunciou tarifas de 50% a produtos brasileiros vendidos para o mercado americano. O presidente dos EUA ligou a medida ao julgamento de Bolsonaro, classificando o processo como uma caça às bruxas.
O movimento de Trump relacionado às tarifas fez o governo Lula adotar um tom de defesa da soberania nacional que deixou o bolsonarismo acuado nas últimas semanas.
O discurso, associado à defesa de um sistema de impostos mais progressivo, é apontado como um dos fatores responsáveis pelos indícios de reação que a popularidade do presidente brasileiro deu nas últimas pesquisas de opinião.
O ex-presidente afirma que as ações judiciais às quais responde têm motivações políticas. A intenção, segundo ele, seria tirá-lo da eleição presidencial de 2026. "O Lula, sem mim [na disputa], ganha a eleição de qualquer um", disse Bolsonaro em entrevista à agência de notícias Reuters na sexta-feira.
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