Quando Asya Kreimer entrou em sua conta no Facebook e viu o panfleto que mandava os judeus do leste da Ucrânia se registrarem, pagarem um imposto exclusivo e deixar a região, sua primeira reação foi rir.
"É que me pareceu ridículo", conta essa senhora de 56 anos, enquanto prepara um prato a base de frango, sob a orientação kosher, para a Páscoa judaica.
Nos últimos dias, vários folhetos foram distribuídos por homens mascarados nas saídas das sinagogas de Donetsk. A cidade no leste da Ucrânia está no centro do conflito entre o governo de Kiev e os separatistas pró-Rússia, que querem que a área seja anexada por Moscou, a exemplo da Crimeia.
"Nunca tivemos problemas aqui. Meus amigos ucraniamos e russos me respeitam por ser judia. Esse pedaço de papel foi ao mesmo tempo patético e repugnante", conta.
Os líderes da República Popular de Donetsk, proclamada por separatistas pró-Rússia, negam estar por trás das mensagens. Eles acusam o governo de Kiev de espalhar os folhetos para desacreditar o movimento autonomista.