Após o PSOL já ter entrado na Câmara dos Deputados com um pedido de investigação contra o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), o PSDB e o DEM informaram nesta sexta-feira (4) que vão entregar uma representação no Conselho de Ética contra ele por quebra de decoro.
Vargas usou um avião emprestado do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a suspeita de participação em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões.
Na representação, que será apresentada no início da semana que vem, os partidos da oposição argumentam que o uso da aeronave pelo petista pode configurar recebimento de vantagem indevida e, portanto, quebra de decoro parlamentar, o que, segundo o regimento, pode resultar até em perda do mandato.
Em discurso no plenário da Câmara, Vargas se disse arrependido, mas não deu explicações concretas sobre o episódio. "Em relação ao avião, eu reconheço: fui imprudente. Foi um equívoco. Deveria ter exigido um contrato. Deveria ter quitado", afirmou.
Assim que a representação for recebida pela Mesa Diretora da Câmara, o órgão tem um prazo de até três sessões ordinárias para encaminhar ao Conselho de Ética. Lá, será designado um relator, que não poderá ser do mesmo partido ou Estado do representado nem do partido que formulou o pedido.
Será aberto um prazo para a defesa se manifestar e depois o relator fará um parecer a ser votado pelos demais membros do conselho. Em seguida, o parecer será submetido ao plenário, que poderá confirmar ou não, por meio de voto aberto, a decisão do conselho.