A Voepass entrou com um pedido de recuperação judicial na noite de terça-feira (22). A companhia aérea teve as operações suspensas em caráter cautelar pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com a agência, a suspensão vigorará até que se comprove a correção de não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão da empresa previstos em regulamentos.
A companhia, que é formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas, acumula cerca de R$ 400 milhões em dívidas, sem contar débitos em dólares. Em nota, a Voepass informou que o pedido é parte de uma estratégia para reorganizar as finanças e estruturar o capital da empresa, em continuidade ao processo de reestruturação financeira iniciado anteriormente.
A decisão da Anac decorre da incapacidade da Voepass em solucionar irregularidades identificadas no curso da supervisão realizada pela agência, bem como da violação das condicionantes estabelecidas anteriormente para a continuidade da operação dentro dos padrões de segurança exigidos. Com sede em Ribeirão Preto, no interior DE São Paulo, a empresa está sob rígida fiscalização da agência desde que, em agosto do ano passado, um avião seu caiu sobre um condomínio residencial em Vinhedo (SP), causando 62 mortes.
Em outubro de 2024, foram exigidas pela Anac medidas como redução da malha, aumento do tempo de solo das aeronaves com vistas à manutenção, troca de administradores e execução do plano de ações para as correções das irregularidades.
No último dia 14, a empresa anunciou a demissão de “parte do quadro” de trabalhadores, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Sem divulgar o número de desligamentos, a aérea afirma que a medida visa “readequar seu quadro de funcionários à nova realidade”.
Antes da suspensão, a aérea, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas, vinha atuando com uma frota de seis aeronaves com voos para 17 destinos, com destaque para viagens regionais.