Opinião Quarta-Feira, 26 de Maio de 2021, 11h:24 | Atualizado:

Quarta-Feira, 26 de Maio de 2021, 11h:24 | Atualizado:

Irajá Lacerda

A relevância da Hidrovia Paraguai-Paraná para o desenvolvimento regional

 

Irajá Lacerda

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Fator primordial para o desenvolvimento econômico do país, o transporte hidroviário ainda é pouco explorado no Brasil. Além da capacidade de carga e do custo inferior comparado aos transportes rodoviário e ferroviário, a ampliação do modal fluvial de cargas reduziria consideravelmente o fluxo nas rodovias, diminuindo o número de acidentes e a emissão de gases poluentes.

Se comparado a outros países, o Brasil possui a malha de transportes menos eficiente, já que matriz de transporte é predominantemente rodoviária. De acordo com um estudo feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2019, o país utiliza apenas um terço dos 63 mil km navegáveis dos rios. Ou seja, o transporte hidroviário possui um enorme potencial de crescimento, o que traria um ganho considerável de competitividade dos produtos nacionais.

O país é um dos maiores exportadores de grãos no mundo, tendo Mato Grosso como o principal estado produtor. E, nesse cenário, a Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP), que tem início no município de Cáceres/MT, é uma grande alternativa, pois representa uma das principais vias fluviais da América do Sul, unindo os países do continente nas relações comerciais.

Ao todo, a HPP percorre cinco países – Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai -, em uma extensão navegável de 4.122km, permitindo que o estado consiga escoar boa parte de sua produção com menor custo e maior sustentabilidade.

Também deve-se considerar que, com o funcionamento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no município, será necessário a utilização de um sistema eficiente para transportar um grande volume de mercadorias. Afinal, não compensaria fabricar produtos em uma ZPE no estado e exportar via São Paulo.

Diante disso, a Hidrovia Paraguai-Paraná torna-se essencial para fortalecer o comércio na América do Sul e conquistar mercados mundiais. Sem contar os benefícios que geraria para toda região Oeste do estado, que teria sua economia impulsionada com o aumento da oferta de emprego e renda para a população local.

Entretanto, até hoje, o Porto de Cáceres não está operando. Iniciado em 1973, o porto está sob regime de delegação da União, por intermédio do Ministério dos Transportes ao governo de Mato Grosso, desde 1998. Recentemente, a Justiça cessou provisoriamente a liminar que suspendia licenças ambientais, decidindo que as licenças anteriores passem a valer novamente.

Diante de tantos entraves, desde legislações ultrapassadas até processos burocráticos, é notório que o país precisa investir em outros modais, como o hidroviário, e também em integrações multimodais, utilizando os aspectos positivos de cada meio de transporte para obter maior economia possível e, dessa forma, ser mais competitivo em mercados internacionais.

*Irajá Lacerda é advogado, ex-presidente da Comissão de Direito Agrário da OAB-Mato Grosso e da Câmara Setorial Temática de Regularização Fundiária da AL/MT. Atualmente ocupa o cargo de Chefe de Gabinete do Senador Carlos Fávaro. E-mail: irajá[email protected]

 





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Comentários (1)

  • Nelson

    Quarta-Feira, 26 de Maio de 2021, 13h15
  • A hidrovia é o modal mais sensível aos efeitos das mudanças climáticas. Isso porque, para permitir que as embarcações naveguem, é preciso um nível mínimo de água nos rios, que diminui nas estiagens prolongadas, causando conflitos pelo uso da água entre a navegação e a produção de energia ou entre outros usuários. Foi o que aconteceu na hidrovia dos rios Tietê-Paraná, quando a crise hídrica levou ao fechamento da hidrovia por quase dois anos entre 2014 e 2015, causando prejuízos ao setor de navegação e ao agronegócio.O rio São Francisco possui 1.300km navegáveis. Durante a seca, entre Pirapora e Juazeiro (BA), embarcações encalham em bancos de areia devido à redução do volume d;água. a hidrovia que vale a pena é a chamada ;hidrovia limpa;, ou seja, aquela que não muda o curso natural do rio e que não necessita de dragagens constantes para remover sedimentos acumulados. ;O que é uma porta aberta para excesso de gastos públicos e corrupção;, afirma. Ele cita o exemplo da hidrovia do Paraguai, com cerca de 600km, mas com projeto de ampliação para mais de 1,2 mil km para chegar até Cárceres (MT), passando pelo Pantanal, um ecossistema muito sensível. ;Quando a hidrovia tem que destruir as condições naturais do rio, retirar as curvas, que controlam a velocidade da água, isso muda a vazão do rio, arrasta sedimentos de fundo, prejudica a reprodução dos peixes, entre outros efeitos negativos;, afirma. Ele conta que, quando o Pantanal está cheio, de dezembro a maio, a navegação entre Corumbá até o rio da Prata é perfeita. (correio braziiense 2015 A hidrovia no rio Paraguai tem considerações que inviabilizam o modal grande parte do ano e com as alterações climáticas talvez inviabilize por longos períodos de seca que estamos enfrentando. SERIA MIAS DESPERDÍCIO DE DINHEIRO PUBLICO. A A melhor alternativa de modal economica-social e ambientalmente seria a modal ferroviário.
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