Opinião Quinta-Feira, 22 de Janeiro de 2015, 08h:18 | Atualizado:

Quinta-Feira, 22 de Janeiro de 2015, 08h:18 | Atualizado:

Onofre Ribeiro

As muitas caras de Mato Grosso

 

Onofre Ribeiro

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Em recente discussão sobre a cultura e o seu papel de integrar as diversas gentes de Mato Grosso muitas verdades novas vieram à tona. Por exemplo, começando por Cuiabá. A capital tem a sua cultura básica assentada sobre o Pantanal. É prá lá que corre o rio Cuiabá, o canal por onde os bandeirantes e mais tarde a ocupação da Baixada Cuiabana e do Médio Norte se deu. O Pantanal foi a região de Mato Grosso onde melhor se consolidou uma cultura econômica e humana fortes até meados dos anos 1980, quando a pecuária mudou-se para as pastagens formadas no cerrado.

A história da navegação passa pelos rios pantaneiros Cuiabá e Paraguai, convergindo para a outrora poderosa Corumbá e dali para Nova Palmira no Uruguai, passando antes pela Argentina ou por Assunção, e caminho para o Rio de Janeiro, capital do país. Esse vai-e-vem comercial criou uma cultura que associada com a história da tradaicional pecuária pantaneira, resultou na formação econômica, política e cultural de Cuiabá. 

Da ocupação dos anos 1970 para cá, lentamente a cultura pantaneira foi morrendo junto com a migração dos bois pro cerrado, e a ligação praticamente cessou. Os registros estão morrendo ano após ano. Cuiabá ainda não se firmou como a capital cultural nem do Pantanal, tampouco, das regiões colonizadas ao longo desses últimos 40 anos, a maioria por migrantes vindos especialmente do Sul e do Sudeste.

Essas regiões, por sua vez, estão em processo de consolidação econômica e cultural, e até mesmo humana porque são frutos de migrações de regiões diversas do Brasil desde os anos 1970. Há um Mato Grosso culturalmente desconectado que não se fala e ainda guarda velhos preconceitos. Gente com ranços históricos e preconceitos construídos ao longo do tempo.

A integração cultural é o melhor caminho pra construir e unificar as identidades atuais do estado numa identidade única. Disposição há. Recentemente os humoristas cuiabanos Nico e Lau disseram-me que fazem enorme sucesso em Sinop, por exemplo, ou em Barra do Garças. Quer dizer, as pessoas querem se falar se tiverem oportunidade.

Falta o que? perguntaria o leitor. Diria que falta só uma política cultural de integração com visão de longo prazo e não políticas de gestões políticas que duram só quatro anos.

Mato Grosso e suas gentes de todas as regiões agradeceriam uma política cultural estadual e integradora. V

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

[email protected]    www.onofreribeiro.com.br

 





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Comentários (1)

  • Edmilson sarruf julkovski

    Quinta-Feira, 22 de Janeiro de 2015, 20h14
  • Concordo plenamente, a capacidade cultural local e regional, devem ser mantidas, elas são a identidade de um povo, a globalização cultural é importante, desde que não se esqueça das origens de região, sua arte, seus trejeitos, suas crenças e seu folclore, enfim sua marca, que por mais simples que seja, é sua digital, e por isto indispensável. É sua história.
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