Opinião Segunda-Feira, 11 de Maio de 2020, 09h:58 | Atualizado:

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Auremácio Carvalho

Bolsonaro: quem ti viu, quem ti vê....

 

Auremácio Carvalho

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Um novo político, uma nova era para o Brasil; nada de fisiologismo, do “toma lá, dá cá”... um novo Brasil nascia em 2018: pura ilusão. Na verdade, o Brasil de sempre, nosso velho conhecido. Agora, caiu a ficha: o Centrão- antes demonizado, agora é a salvação da lavoura (permanência no cargo), após, as lambanças que estamos assistindo. A velha realidade política- dos coronéis que sempre mandaram, voltou. E, para ficar. 

Os Bolsonaristas devem estar fugindo do espelho; daí, o desespero das manifestações para fechar STF, Congresso, calar a imprensa. E, voltarmos ao velho filme visto e reprovado de 1964, com o “mito”; “o capitão” eternamente no poder. Um novo Fidel Castro repaginado. 

O centrão, formado de políticos, quase todos condenados na justiça, aliás, o atual deputado Sebastião de Oliveira (PL/PE) que indicou o Diretor do DNOCS (1,9 bi de orçamento), com busca e apreensão da PF em sua casa e gabinete em Brasília, sem qualquer espanto do grupo palaciano, inclusive de seus generais, está preenchendo cargos federais, em troca de manter o mandato do mito. Filme já conhecido, que paralisou o governo Temer. 

Ao perceber que a sua aceitação no Congresso estava cada vez menor, o presidente Jair Bolsonaro se viu obrigado a abandonar o discurso de que não transige com a corrupção e abriu o governo federal para legendas do Centrão, grupo notório por reunir partidos considerados fisiológicos e contra alguns dos seus integrantes pesam processos judiciais e condenações por malversação de recursos públicos. A manobra é a mesma que outros presidentes executaram: obtenção de apoio entre os parlamentares para manter a governabilidade e o cargo, sobretudo, reunir aliados para debelar uma eventual abertura de processo de impeachment. 

Dentro do Executivo, Ministros e subordinados foram enquadrados na famosa reunião ministerial de 22 de abril, com recado claro: “quem não concordar, que saia” e, alegremente, abraçaram a determinação. O importante é que Bolsonaro cumpra os quatro anos de mandato, mesmo que a custa do país. No que depender dos integrantes do governo, inclusive dos militares, Bolsonaro terá respaldo para qualquer tipo de articulação política. 

O vice-presidente Hamilton Mourão, por exemplo, reconhece que a crise sanitária “obrigou o presidente a buscar uma nova forma de diálogo com o Congresso”. Segundo ele, no início, o foco do governo era se aproximar de bancadas temáticas –– como a evangélica e a da bala –– para constituir maiorias provisórias no Parlamento, mas a pandemia fez com que o presidente passasse a lidar de maneira diferente com as legendas, para tentar “extrair o melhor” de cada uma. 

O melhor já está aparecendo: fisiologismo barato. Disse o vice, descaradamente: “Efetivamente, como outros presidentes tiveram que fazer, Bolsonaro buscou uma aproximação mais intima junto aos partidos políticos, de modo que ele construa uma base que lhe dê certa estabilidade para tentar aprovar aquilo que nós julgamos necessário”, disse o general. 

Novo Brasil, ético? Fica para depois de 2022. Bolsonaro, aliás, explicou a porteira aberta: declarou não ver problemas em abrir vagas no governo para o Centrão, mesmo que isso signifique abandonar o discurso adotado na campanha eleitoral de 2018. E se deu conta de que o toma lá dá cá tem tudo para ser um importante pilar do governo. “Eu converso praticamente com todos os parlamentares. Quando falo com o pessoal do PP... Eu já fui mais de 10 anos do partido. Por que eu não vou conversar com nomes do PP, já que foram meus colegas por 15 anos? Qual o problema? Eles que votam. Se eles têm algum pecado, o eleitor do estado é que deve tomar providência. Eu não estou aqui para julgar, condenar, acusar, pedir cassação de qualquer parlamentar”, explicou-se. 

Esperamos que o povo/eleitor entenda o recado e “tome providências” em 2022. O deputado Julian Lemos (PSL-PB) reclamou que o presidente “transformou o Centrão em aliados e, aliados, em inimigos”. “(Bolsonaro) conseguiu implodir a base que o fez chegar ao poder. Agora, temos uma aliança pelo Brasil e ela já tem seu fundo eleitoral: Banco do Nordeste, Funasa (Fundação Nacional de Saúde), entre outros. Nesse momento, o governo perde sua essência. 

O Centrão mostrou as vísceras de um governo que se autodesmoralizou”, reclama o parlamentar, ao citar alguns dos órgãos cujos cargos estão em negociação com Planalto. Mas nada disso impediu o PP de emplacar mais um nome: Tiago Pontes Queiroz na Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional. É mais um enrolado na Justiça; é acusado por improbidade administrativa em uma ação em que também tem como réu o ex-ministro da Saúde, e hoje vice-líder do governo no Congresso, deputado Ricardo Barros (PP-PR). 

O PL  (Valdemar Costa Neto, mensalão) vai abocanhar ainda o Banco do Nordeste e Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária/MS. Quem sabe, não sobra alguma sinecura para a filha do dono do PTB- ex-dep. Roberto Jefferson, conhecido da galera por outras tramoias? 

Aliás, O ex-deputado usou as redes sociais, neste sábado (09/05), para pedir que o presidente Jair Bolsonaro demita os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aos quais chamou de “herança maldita”. Segundo ele, caso Bolsonaro não siga as atitudes que sugere, poderá sofrer um impeachment. 

Ainda mais, em outro post, ele aparece segurando uma arma(fuzil), ameaçando “combater os comunistas”. “Estou me preparando para combater o bom combate, contra o comunismo, contra a ditadura, contra a tirania, contra os traidores, contra os vendilhões da Pátria. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, concluiu, usando o mantra sagrado. 

“Foi para isso, que nós, o eleitores assustados da volta de Lula, o elegemos?” Deve estar se perguntando o decepcionado eleitor/a bolsonarista. O show diário de impropérios contra a imprensa; o apoio a atos criminosos e inconstitucionais pela volta da Ditadura e rompimento institucional, falam por si sós. Há 32 pedidos de impeachment no Congresso. 

Só um milagre- já conhecido de Temer- da multiplicação de votos (Centrão) poderá barrar um possível processo, a custa da paralisação do governo... vai se arrastar por dois anos. O fim do desgoverno bolsonariano parece mais precoce do que o esperado. O jeito é passear de Jet Sky, churrascadas, o BBB diário na porta do Palácio, as lives, fake news.... para divertir o povão e manter a tropa bolsonariana unida e militante. Não era essa a expectativa do povo sofrido e trabalhador, mais uma vez, enganado. "A vida tem suas encruzilhadas, como outros caminhos da terra." Machado de Assis.   

(*) Auremácio Carvalho é Advogado.

 





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Comentários (4)

  • Wilson

    Terça-Feira, 12 de Maio de 2020, 18h31
  • Começou errando português no título, nem perco tempo lendo o resto!!
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  • Sensato.

    Segunda-Feira, 11 de Maio de 2020, 18h58
  • Falácias de um advogado que não contribui com nada em prol da sociedade, apenas faz criticas ao nosso PRESIDENTE BOLSONARO, mas fique tranquilo advogado, o PT nunca mais, hoje estamos muito melhor do que há vários anos, vendo uma saída pra corrupção e o gigantesco BURACO que o LULADRÃO nos enfiou, faça algo de útil pra sociedade e pare de falar besteiras, seja sensato.
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  • augusto cesar

    Segunda-Feira, 11 de Maio de 2020, 11h22
  • Ainda assim, prefiro ele que o PT. O senhor já está julgando sem o PR nem ter nomeado ninguém ainda. Tá parecendo o STF.
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  • alexandre

    Segunda-Feira, 11 de Maio de 2020, 10h31
  • mimimi petebas..
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