Foi instituído pela Organização Internacional de Polícia Criminal – INTERPOL, em 2019; o dia 07 de março como sendo o dia internacional em memória dos policiais mortos em serviço.
Vale registrar que o total de agentes de segurança mortos em 2024 foi de 192, número que mantém o patamar ao comparar aos 191 profissionais mortos em 2023. Isso no Brasil.
Ao escrever este texto, lembro de um colega, G.R.F., que à época, éramos Agente Policial Civil, hoje Investigador de Polícia Civil. Ao recém sairmos da academia de polícia ele retornou para sua cidade, Rondonopolis/MT; não tínhamos nem um mês do termino da academia, e ele presenciou um roubo em andamento a um taxista, este na intenção de ajudar a vítima, acabou por ser alvejado pelo ladrão e veio a óbito no hospital da cidade, lembro que estivemos por lá para nos solidarizarmos com a família e colegas policiais do município. Mas o que deixo claro é a morte prematura de um recém formado policial que morreu talvez pela inexperiência, o que na polícia só se tem com anos de rua. Independente do seu nível de estudo e idade, experiência de rua só se adquire com o tempo. Prestamos solidariedade a ele, mas a vida se foi. Tombou em serviço.
Trago ainda a morte do Sargento da Policia Militar, Odenil, policial este que faria aniversário no seguinte a sua morte. Morto covardemente, por um bandido, faccionado, que está foragido. O policial foi morto em troca de uma pistola, ao que parece o covarde, se homiziou sob as asas de uma facção criminosa. Policiais chegaram a perguntar se o menino de vó vai deixar vovó? Ao que parece até o momento, não. Ele continua escondido e pronto para sacrificar mais policiais em troca de uma arma de fogo.
Acredito que caso essa pessoa que matou o sargento, reaja e venha morrer numa operação, os que participarem, serão prontamente investigados, afastados e até poderão perder o cargo, porque a vida de um policial, infelizmente para alguns órgãos não vale nada.
Muitos policiais Brasil a fora saem de suas casas sem saber se voltam vivos, passam noites e dias na tentativa de darem seu melhor para que toda a sociedade tenha paz. E alguns pagam com a vida, algo que é incalculável.
Hoje há uma gama de órgãos de fiscalização em relação a policiais, corregedorias, ministério público, ong’s, observatórios. Mas nenhum desses órgãos se solidariza ou ajuda a família quando um policial é morto em combate.
Devemos lembrar que o policial sai do meio da sociedade, é um ser humano e pode cometer erros, e isso é da pessoa e não da instituição, por isso nunca devemos generalizar e dizer que todos os policiais são ruins e/ou taxá-los de bandidos.
Por fim devo aplaudir em pé a Interpol, pela instituição do dia dos policiais mortos, vez que são eles que deram a vida para que outros pudessem viver. “É um lembrete solene de que cada policial morto no cumprimento do dever não estava apenas protegendo sua comunidade, mas também fortalecendo as bases da segurança global. Sua dedicação transcendeu fronteiras, garantindo sociedades mais seguras e um mundo mais seguro para todos”.
Leonel Arruda, é investigador de polícia, especialista em segurança pública e escritor.