Opinião Segunda-Feira, 16 de Novembro de 2020, 10h:23 | Atualizado:

Segunda-Feira, 16 de Novembro de 2020, 10h:23 | Atualizado:

Jorge Maciel

Elas venceram; Gisela pode ser chamada vencedora

 

Jorge Maciel

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Jorge Maciel

 

O resultado das eleições em Cuiabá frustrou muita  gente que apostava que estaria definitivamente eleita – o caso de Misael Galvão, Toninho de Souza, Marcos Veloso ou Ricardo Saad, para citar candidatos a reeleição de vereador -, e criou cenários que exigem ponderação em se tratando das candidaturas majoritárias.

Pelos insucessos, que não culpem a abstenção provocada por 87.236 ausentes, nem os votos em branco, nulos e o cancelamento de títulos por falta de biometria. Esses quatro fatores abateram a todos, integral e proporcionalmente, e não apenas a um ou a outro.

Contando com uma grande estrutura montada pelo governador Mauro Mendes e pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho, o ex-prefeito Roberto França foi o maior derrotado – e levou abraçados os dois apoiadores a imergirem de forma que será preciso avaliar bem os números, se se quiser pensar em 2022.

O candidato do Podemos, Abílio Bruninhi, o Abílio Júnior, campeão parcial da votação deste domingo, amontoou votos ideológicos, resultado do discurso ‘’anti’ ’Emanuel, do jeito atirado de fazer campanha e das postagens antes mesmo da campanha do vídeo em que o candidato à reeleição, Emanuel Pinheiro, aparece colocando dinheiro nos bolsos do  cenas do o “Paletó”. Abílio também se aproveitou da cassação passageira do mandato de vereador. Mas, é verdade, ele teve o esteio da enorme estrutura das igrejas evangélicas, cujos pastores não pedem, mas impõem  a votação no candidato com os quais acertam. Além de tudo, comandou uma fatia de recursos provenientes de doações e do fundo eleitoral.

O candidato situacionista, Emanuel Pinheiro, como é praxe, se utilizou de todo o aparato que o cargo lhe apraz, trabalhou os cerca de 3.500 funcionários contratados e/ou indicados e conseguiu superar as barreiras criadas pelo panorama não favorável dos processos que responde e a alta rejeição. Não só isso: com maior potencial, arrebanhou lideranças políticas, muitas caras e de vulto, e contou com uma invejável fatia do fundo partidário e doações de todos os lados. Com essa envergadura, conseguiu a dianteira em relação à Gisela Simona (Pros), que vinha lhe tirando o sono.

A bem disso, aliás, em tese, pode-se dizer que Gisela foi a maior vencedora do pleito, considerando o seu desempenho nas urnas sem contar com as ferramentas [dinheiro] utilizadas pelos concorrentes na campanha. Ao contrário de França, Emanuel e Abílio, a candidata do Pros tocou uma campanha modesta, com um discurso de mudança que atraiu uma legião de voluntários, mas empacou no convencimento das mulheres, que, por contradição, se deixaram seduzir pela ‘onda’ anticorrupção comum aos pleitos, embora a densidade demográfica eleitoral feminina seja superior à dos homens.

Tarefa comum ao fim do período eleitoral,  o encontro entre vencedores e derrotados mostra um quadro interessante e que pode se tornar tendência nos próximos anos: a conquista de cadeiras nas Câmaras Municipais por mulheres, no universo habitado, ainda predominante, pelos homens.

Em todos as 141 municípios, apenas seis não elegeram mulheres para os legislativos. Noutros, como Cáceres e mais 14 localidades, o eleitor elegeu mulheres para o comando do Executivo.

Negando-se a comprar apoiadores e contratar lideranças a ‘‘peso de ouro’, Gisela chegou bem, cravou mais de 52.000 votos, bateu França, que tinha estrutura 500% muito maior e agora pode ser fiel da balança no segundo turno. Por fim, deixou a esperança de que o valor da mulher, a redução da influência pela grana e a escolha dos candidatos pelas suas propostas  possam se cristalizar, aos poucos, pleito após pleito.

Tancredo Neves, eleito pelo colégio eleitoral em 1985, cunhou a frase “o brasileiro não está habituado e vai demorar 50 anos para começar a aprender a votar” explicando a eleição indireta para presidente da República. Se é isso mesmo, ainda faltam ainda 15 anos. 

Jorge Maciel é jornalista em Cuiabá

 





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Comentários (4)

  • J.Jos?

    Terça-Feira, 17 de Novembro de 2020, 17h20
  • Eu não gosto nem da voz da gisela, perdeu a eleição e nunca será eleita ou ter a votação que teve pra ser suplente de dep. federal, volta pra Vg.
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  • J.Jos?

    Terça-Feira, 17 de Novembro de 2020, 14h22
  • Eu não gosto nem da voz da gisela, perdeu a eleição e não nunca será eleita ou ter a votação de federal que teve. Rogério disse tudo, não preciso dizer mais nada.
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  • rogeriosena

    Terça-Feira, 17 de Novembro de 2020, 07h57
  • Me parece que o nobre jornalista comete um grande equívoco ao dizer que a candidata do PROS foi a grande vencedora, erra também ao dizer que tocou uma campanha modesta. Primeiro que candidata arrecadou quase dois milhões de reais e até as vésperas da eleição tinha gastado 800 mil . Não por que não quis investir como o senhor mas por incompetência não teve capacidade de articulação de conversar com lideranças de ter humildade o suficiente pra ouvir, como nunca teve. Não teve apoio se quer dos servidores do órgão onde trabalha. A candidata com 2 milhões com importe pesado da nacional do partido não conseguiu se quer aumentar a votação que obteve para deputada federal quando não tinha recursos. Se não obteve apoio das mulheres é porque não as representa nunca se posicionou na defesa destas ou de qualquer minorias. Nobre jornalista o senhor equívoco a candidata perdeu mais que todos foram três derrotas no mesmo dia. Perdeu a vaga de deputada federal com a derrota do Emanuelzinho, a mesma vaga perdeu com a derrota do Medeiros e perdeu a eleição pra prefeito não conseguindo se quer chegar ao 2 turno. E mais mostrou durante os debates a sua arrogância e despreparo. Quem realmente ganhou foi os funcionários do PROCON porque finalmente com a exposição mentirosa dessa pessoa, o servidores tiveram coragem de se posicionar e as denúncias de perseguição a servidores, de racismo e até assédio sexual no Procon vieram a tona. Quem sabe agora o governo resolva tomar providências e desengavetar os processos que ela encabeçou enquanto gestora. Finalmente a verdade virá a tona
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  • Erasmo

    Segunda-Feira, 16 de Novembro de 2020, 15h32
  • Parabéns pelo texto! Bem coerente.
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