Opinião Quinta-Feira, 27 de Fevereiro de 2014, 14h:59 | Atualizado:

Quinta-Feira, 27 de Fevereiro de 2014, 14h:59 | Atualizado:

Onofre Ribeiro

Estamos perto da guerra civil

 

Onofre Ribeiro

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Onofre Ribeiro

 

A Organização Mundial de Saúde considera que 50 mortes em grupo de 100 mil habitantes por ano é considerado guerra civil. Em Cuiabá as estatísticas até 2012 indicavam 45,28 mortes por grupo de 100 mil habitantes, um passo da guerra civil. 362 assassinatos aconteceram em Cuiabá em 2012. Segundo a Organização Mundial de Saúde acima de 10 mortes por grupo de 100 mil habitantes, o problema de segurança já é endêmico.

Dados de 2010 da DHPP revelavam que nos últimos cinco anos 1.548 pessoas foram assassinadas em Cuiabá e Várzea Grande. Em 2011 tivemos 387 execuções, sendo 228 homicídios na capital e 125em Várzea Grande, seguidos de 34 latrocínios (roubo seguido de morte). Os números revelam que nos últimos 6 anos foram 1.935 execuções que resultaram em uma taxa média de 322 mortes violentas entre homicídios e execuções. Nestes 6 anos temos então uma taxa de 41,5 mortes por 100 mil habitantes na região metropolitana, segundo o professor Naldson Ramos da Costa, da UFMT. Em 2014 já passa de 200 mortes.

Das 50 cidades avaliadas pela organização, apenas 9 não estão localizadas na América Latina. No Brasil, Cuiabá só não é mais violenta que as cidades de Maceió (AL), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Vitória (ES), São Luís (MA) e Belém (PA).

Ainda, segundo o professor Naldson, “Um diagnóstico (2011) avaliando as políticas de segurança de Mato Grosso, em parceria entre o Tribunal de Contas de Mato Grosso e o Centro de Estudos da Metrópole CEM/CEBRAP, coordenado por Ignácio Cano e Renato de Lima, revelou um quadro crítico da violência e a criminalidade em nosso estado. Cuiabá foi o município que apresentou a pior situação do estado no Índice de Vitimização e Criminalidade em 2010 (=7,23). Neste estudo, disponível nos site do TCE, Cuiabá aparece como o município mais violento nos quatro dos sete itens avaliados e sua situação é considerada “muito ruim”. Considerou ainda “o cenário extremo ou crítico”, pois revelou altos níveis no Índice de Vitimização e Criminalidade.

O mesmo aconteceu com o município de Várzea Grande. No ano de 2010 o Índice de Vitimização e Criminalidade foi considerado o “terceiro mais alto do estado (=6,58), tendo apresentado situação "muito ruim" em quatro (04) dos sete indicadores da matriz de avaliação”.

A um passo da Copa do Mundo, esses números indicam possibilidade de grandes problemas diante do nosso nariz e da inépcia do Estado em encarar a realidade. Estima-se 70 mil turistas estrangeiros em nossa capital que está beirando uma guerra civil. Fica o problema pra se pensar, ainda que tardiamente...!

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso e colunista do MidiaNews - [email protected] www.onofreribeiro.com.br





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Comentários (1)

  • Reghis do Carmo

    Sexta-Feira, 28 de Fevereiro de 2014, 09h41
  • Prezado articulista: a OMS tem total credibilidade em todo o mundo, mas para nós simples mortais, a guerra civil já se instalou em Cuiabá/Várzea Grande e no Brasil há tempos. Os números são apenas para estatística, pois para nós o que conta é a insegurança que vivemos, o aumento da violência e a banalização da vida humana. Tudo por dinheiro e poder, e o pior é que o exemplo vêm do próprio Governo,principalmente o Federal.
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