Caminha-se para o final do ano. 2015 já tem uma feição de velho, descuidado e pronto para entrar na lista dos que se foram; enquanto 2016 bate à porta, pedindo passagem. Renovam-se as esperanças.
O que é natural. Mas não a ponto de esconder a preocupação estampada nos rostos. Pois os diagnósticos apresentados pelos especialistas da economia não são nada animadores.
Nem deverão ser diferentes a partir do dia 1º. Afinal, a crise se fortalece com a ausência de medidas capazes de contê-la.
A crise se agrava à medida que aumenta o índice percentual da inflação, ao mesmo tempo em que eleva a taxa dos juros, e faz reduzir a produção. Por conta disto, cai à geração de emprego.
O desemprego diminui a quantidade de pessoas às compras, e a crescente e descontrolada inflação reduz o poder de compra do brasileiro.
Tanto que a mesma quantia de dinheiro do mês passado levada hoje ao supermercado não compra igual quantidade de produtos de primeira necessidade.
Isto sem falar do altíssimo valor dos remédios, que se soma ao crescente reajuste do combustível, da energia e da telefonia.
Há muito não se tinha um cenário tão ruim quanto o vivido agora. Cresce a preocupação, mas não acaba com a esperança.
A esperança é renovada a cada nascimento, a cada sorriso, a cada dia que nasce e em cada ano que é substituído por outro. 2016, apesar das avaliações negativas, as quais desenham um quadro muito mais complicado e difícil, o brasileiro não deixa de sonhar com uma situação melhor.
Ninguém é ingênuo o bastante para acreditar que a situação melhor surgirá assim que o sol abrir seus raios, anunciando um novo dia.
Tampouco é tão cético que não possa ter a esperança que alguma coisa desse tudo sombrio venha mudar um dia.
Muda sim. Até porque a sociedade está longe, muitíssimo longe de ser estática, parada, enquanto os ponteiros do relógio vão girando ininterruptamente.
O tempo passa, as pessoas passam. Ficam, então, as pegadas, os registros de suas passagens.
E são elas que eternizam a emoção. Ainda que se esteja em um momento onde exige o uso da razão. A crise assusta e preocupa a todos.
Mas não se deve deixar que ela (a crise) subtraia aquilo que há de também importante entre as pessoas, o poder de se emocionar.
É este poder que serve de impeditivo para que alguém deixe de continuar a ser: Ser Humano. Mesmo diante da banalização de uma porção de coisas, inclusive da violência, que faz da vida ‘um quase nada‘.
É nesta hora, tanto quanto nas outras, que mais se precisa do olhar de Deus, de sua luz, de seu manto e de sua orientação.
É isto, caro leitor. Tenha um feliz Natal e um grandioso 2016, cheio de realizações e de alegrias.
E fica, aqui, a renovação do convite para continuar-te a escorregar os olhos sobre as linhas que compõem esta coluna.
Grande abraço.
LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.