Opinião Segunda-Feira, 17 de Março de 2014, 09h:14 | Atualizado:

Segunda-Feira, 17 de Março de 2014, 09h:14 | Atualizado:

Onofre Ribeiro

Grãos e futebol

 

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Onofre Ribeiro

 

Na semana passada o engenheiro André Schuring, responsável pelo relatório do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA, a respeito das obras da copa do mundo em Cuiabá, contou-me umas particularidades bem dolorosas sobre a visão da imprensa estrangeira. 

Segundo ele, depois do relatório e da matéria bem negativa publicada pela revista importante francesa “France Football”, como matéria de capa, toda em preto, sob o título “Peur sur Le mondial” (“medo sobre o mundial”), com uma bandeira brasileira dentro do “o” da palavra “mondial”, a imprensa europeia passou a ter uma visão muito ruim do Brasil e a copa.

Segundo ele, uma jornalista inglesa, especialista em cobertura de assuntos de guerra, veio a Cuiabá e se impressionou profundamente com o estado de degradação em que se encontra o aeroporto, independente das obras. Ela perguntou se “Mato Grosso está em guerra?”. Ficou impressionada com a luta na viagem entre o aeroporto e o CPA, e foi embora pensando horrores da gente.

Mas o que está em jogo é maior, com riscos negativos muito fortes. Jornalistas europeus tem vindo a Mato Grosso na esperança de ver um estado que produz a carne bovina, a soja e o milho que eles comem lá. Pela fama da riqueza de Mato Grosso, esperavam encontrar uma capital primorosa. E viram uma cidade em obras desconjuntadas e sem previsão de conclusão. 

Os comentários são mais ou menos assim: “viemos conhecer um estado rico que produz muitos alimentos para o mundo. Esperávamos encontrar a capital, escolhida como sede da copa do mundo, bem estruturada e bonita. O que vimos foi uma cidade quase destruída às vésperas dos jogos”.

O ruim disso tudo, é que a ideia de trazer a copa para Cuiabá foi ótima: mostrar o estado onde se produz muita comida pro mundo. A cidade não estava preparada e continua assim. Os jornalistas europeus ficaram abismados ao saber que o grupo político ligado à produção econômica é o mesmo que dirige a política do estado. Foi um senhor estrago!

Imagino que o governo sabe que nesses poucos dias que faltam pra copa será preciso recuperar a imagem física do aeroporto e organizar as vias de acesso à capital, o que não parece muito provável.

Lamentamos todos que um evento desse porte da copa do mundo de futebol se torne tão triste para o estado e para uma cidade de tanta tradição!

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso





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