Opinião Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 15h:32 | Atualizado:

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Gavur Kirst

Harvard na mira: como a decisão de Trump afeta o ensino

 

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O recente conflito entre o governo do presidente Donald Trump e a Universidade de Harvard evidencia uma nova fase de tensão entre o poder executivo dos Estados Unidos e o setor educacional e que escala para uma disputa nos tribunais do país. No dia 22 de maio de 2025, o governo norte-americano revogou o direito da universidade de emitir os documentos necessários para que estudantes estrangeiros possam permanecer legalmente no país — decisão que impacta diretamente mais de 6.000 alunos da instituição, incluindo calorias com início previsto de curso já em agosto. Logo em seguida, a medida foi derrubada judicialmente, porém o embate não aparente estar perto do fim.

A justificativa oficial do Departamento de Segurança Interna inclui a recusa de Harvard em compartilhar dados dos últimos cinco anos sobre seus alunos internacionais. O governo busca identificar estudantes envolvidos em atos violentos ou subversivos. Além disso, acusa a universidade de negligência no combate ao antissemitismo no campus e de manter uma postura institucional hostil, segundo a gestão atual, às diretrizes nacionais de segurança e ordem. Em resposta, Harvard considera a medida uma forma de retaliação política e já moveu uma ação judicial, alegando violação da Constituição e ataque à autonomia acadêmica.

O impacto da medida extrapola os muros de Harvard. Com mais de 1,1 milhão de estudantes estrangeiros atualmente matriculados em instituições americanas, cerca de 10% do total, o país se consolida como o maior destino de estudantes internacionais no mundo. Essas matrículas representam uma receita anual superior a 40 bilhões de dólares para os EUA. A medida, portanto, não apenas ameaça a estabilidade educacional de milhares de jovens, mas também levanta dúvidas sobre a atratividade e previsibilidade do sistema educacional americano.

A insegurança jurídica e diplomática provocada pela decisão começa a inibir o avanço dos processos de admissão. Mesmo que a suspensão da medida seja possível, e até provável segundo alguns analistas, o dano à confiança já está em curso. Universidades de outros países, como Canadá, Reino Unido, Alemanha e Austrália, comemoram discretamente o episódio, por apresentarem alternativas mais resultados e seguras para estudantes globais que têm em estar sujeitos a decisões políticas repentinas e radicais.

Harvard, a mais antiga e uma das universidades mais prestigiadas do mundo, é considerada um símbolo de excelência acadêmica e de diversidade cultural. A exclusão de estudantes estrangeiros de seu corpo discente não é apenas uma receita institucional, mas também um sinal preocupante de como diretrizes geopolíticas e ideológicas estão interferindo diretamente na produção de conhecimento e no livre intercâmbio acadêmico internacional.

Esse episódio se inseriu num contexto mais amplo de pressão sobre instituições de ensino tradicionalmente associadas a posturas progressistas. Harvard, ao lado de outras universidades como Princeton, Yale e Columbia, tem sido criticada pela administração Trump por manter políticas de inclusão e diversidade considerandos a “ordem conservadora” que o governo busca importante.

O desfecho desse impasse dependerá do andamento judicial, da mobilização diplomática dos países afetados e do resultado da opinião pública internacional. A curto prazo, pode haver um efeito em cascata, com as universidades americanas revendo seus processos de admissão e políticas de cooperação. A médio e longo prazo, é possível que os EUA percam a liderança como principal destino global de estudantes internacionais, o que pode afetar não apenas a economia educacional, mas também sua influência cultural e científica no cenário mundial.

Em suma, o conflito entre Harvard e o governo Trump vai muito além de uma disputa administrativa: ele coloca em execução o modelo de educação aberta, global e colaborativa que os EUA sempre defenderam, e do qual sempre se beneficiaram.

Gavur Kirst é especialista em educação superior internacional e está à frente da empresa Gold Tassel Programas Universitários.





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Comentários (1)

  • Ademir

    Sexta-Feira, 30 de Maio de 2025, 20h02
  • Certíssimo o Trump, principalmente alunos estrangeiros vão ao maior país do mundo EUA , e tem méritos pra estudarem em uma Universidade prestigiada e , entram no país e estas mesmo, não conseguem SOMENTE fazer os alunos estudarem e se eximir de atos "políticos e defesas seja de qual lado for , como atos terroristas " , como um país que é a luz pro mundo tem alunos que odeiam capitalistas lá , alunos que odeiam religião lá , alunos que vão achando que estão ainda nos seus países onde pode e fazem de tudo , não é assim, tem de respeitar os países que vão, o ordenamento jurídico do país, e não achar que vão achar desordem, desorganização, balbúrdia como da onde saíram , o respeito tinha de ser imposto pelas reitorias , como não o fazem , sim, o país tem de dizer a estes que se comportem ou saiam do país , estão lá pra estudar , ou fazer arruaças como nos países que vieram , respeitem onde estão ou voltem sim , deportados e envergonhados !!!
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