Opinião Terça-Feira, 20 de Agosto de 2024, 11h:00 | Atualizado:

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Rosana Leite Antunes

Mercado de trabalho para elas

 

Rosana Leite Antunes de Barros

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O mês de agosto geralmente vem recheado de informações que trazem reflexão sobre os direitos humanos das mulheres. Os muitos lugares são mencionados, tendo em vista os estereótipos de gênero a aprisionar mulheres.

O Ipea apresentou, em 15 de agosto do corrente ano, a nova versão da plataforma Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, com dados de 2016 a 2022, que foi mostrada pela Forbes Mulher e Agência Brasil. A manchete da notícia evidencia a desigualdade: “Mulheres são maioria da população, mas apenas metade no mercado de trabalho”. Não é de hoje que esse é um tema que precisa ser tratado com maior responsabilidade, tendo em vista a historicidade a acompanhar a vivência das mulheres.

O espaço doméstico foi reservado indelevelmente e “sem dó” para elas, enquanto aos homens os locais de poder. Assim, quando adentraram no terreno do labor fora de casa, não conseguiram se desvencilhar e compartilhar, como deveria, das tarefas de casa. Segundo dados da citada pesquisa, elas costumam dedicar 10 horas a mais por semana nos afazeres não remunerados. Logo, pouco mais da metade das mulheres estão no mercado de trabalho no país. Dessas, 52% são negras e 54% brancas. A diferença se comparada com os homens é latente, com o índice de 75%.

O prospecto para o futuro, para elas, consegue ser um pouco pior. A proteção delas quanto à Previdência Social está em queda. Na verdade, caiu para todo o gênero feminino, sendo mais sentido para as mulheres negras, porquanto, mais de um quinto delas, 21%, não conseguem contribuir para a previdência. Visível fica a falta de acesso delas à rede de seguridade social.

Sobre esse estudo, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, fez referência aos dados do relatório de transparência de salários das empresas no Brasil: negros representam 80% dos 10% mais pobres no país, e, ainda, os mais ricos são os brancos, com 70%.   

Quanto aos cargos de liderança e direcionamento, no ano de 2023, foi divulgado que apenas 38% dessas posições foram ocupadas por mulheres, pela FIA Business School. Na diretoria e no C-Level das companhias a proporção é de 28%.

Para a manutenção da divisão social, é premente que o regime capitalista continue ditando as regras. Dentre a camada da sociedade mais pobre e explorada se encontram as mulheres. A exploração da força de trabalho do gênero feminino fica evidenciada, pois a força de trabalho recebida em pecúnia é bem menor que o gênero masculino. O combate à pobreza tem sido realizado de maneira individual, não conseguindo chegar no cerne da questão. 

As mulheres são tratadas de queixosas e estigmatizadas quando mencionam a necessidade de rede de apoio dentro e fora de casa, para poderem ocupar com dignidade o mercado de trabalho. 

Heleieth Saffioti, sobre o trabalho feminino eternizou: “A mulher das camadas sociais diretamente ocupadas na produção de bens e serviços nunca foi alheia ao trabalho. Em todas as épocas e lugares tem ela contribuído para a subsistência de sua família e para criar a riqueza social”.   

Rosana Leite Antunes de Barros é Defensora Pública Estadual





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Comentários (1)

  • MULHER, PRETA, ESTUDADA E BEM SUCEDIDA

    Terça-Feira, 20 de Agosto de 2024, 14h14
  • Ai ai, que preguiça deste assunto! Que cansaço! Vamos estudar meu povo. Querem igualdade mas vai convidar uma mulher pra fazer uma calçada pra ver, não acha uma..... Sou mulher, sou negra e em vez que namorar cedo com assanhamento e engravidar com 15, 16 anos, segui o conselho da minha mãe e estudei. Era pobre mas nunca passei fome, morei a infância toda no Bairro Santa Izabel, que foi uma invasão. minha mãe lava louça numa bacia no chão, ia longe nos levar pro ponto de ônibus pra ir pra escola e todos vencemos na vida. Sou doutora, servidora pública federal e nunca tive este mimimi chato e nem esperei ser sustentada pelo governo. Minha mãe tinha dificuldades motoras e nos ensinou a lavar louça, limpar casa, lavar banheiro e a cozinhar. Fazia crochê, pintava panos de pratos e fazia comida gostosinha. Tudo muito básico, sem desperdícios e minha cor nunca foi um problema. Seja estudioso, simpático, educado(a) e jamais use sua cor ou sexualidade serem a sua principal característica. Deixa isto pra fracos e preguiçosos. O que mais tenho visto nos órgãos públicos são jovens cheios de piercing, cabelos despenteados, aspectos sujos e "empoderadinhos" babacas. Chatos de galochas, nem gostam de ler, não dominam um assunto decentemente, se acham geniais e não falam nada de útil ou que se aproveite...... Parem bem, reparem e verão que estou correta.... Meus filhos nem inventaram de por tatuagem e estas coisas horríveis, coloquei foi pra estudar, fazer muitos cursos gratuitos e a ajudarem em casa e não desperdiçarem nada.. Ensinei a valorarem as coisas. E estão se tornando pessoas incríveis, solidárias, cultas.... Sem esta de querer moleza, cada um tem o que merece..... Estudem, estudem, estudem... Leiam, leiam, leiam... É isto e terá muitas vagas à disposição, independente de ser homem ou mulher. querem competência!
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