Opinião Terça-Feira, 15 de Abril de 2014, 07h:50 | Atualizado:

Terça-Feira, 15 de Abril de 2014, 07h:50 | Atualizado:

Miranda Muniz

Oposição tem medo da CPI ampla

 

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Recentemente, as ditas “oposições” conseguiram o número de assinaturas para instaurar a tal CPI da Petrobrás, sob o argumento da necessidade de investigar a compra da refinaria da Pasadena (EUA) e outras supostas irregularidades que teriam ocorrido na empresa. 

Escondendo por trás desse argumento falacioso, já que todos esses fatos já estão sendo investigados pelo Ministério Público, Polícia Federal e CGU (Controladoria Geral da União), o verdadeiro sentido da referida CPI seria transformá-la num instrumento de campanha política, algo danoso à própria empresa.

Entretanto, por falta de uma articulação mais efetiva, a base governista não conseguiu barrar a tal CPI. Daí, a base resolveu transformar o “limão numa limonada” e, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a maioria dos membros resolveram ampliar a CPI, para também investigar o chamado “Cartel do Metrô de São Paulo”, irregularidades no Porto de Suape e denúncias envolvendo o Ministério da Ciência e Tecnologia, na gestão do PSB. 

Isso foi o suficiente para as “oposições” entrarem em pânico. Mesmo antes do plenário da CCJ apreciar o requerimento da CPI e temendo que fosse derrotada com sua ampliação, um grupo de senadores foram até o Supremo Tribunal Federal, no intuito de acioná-lo para evitar que a maioria dos senadores pudesse aprovar uma CPI ampliada. Essa “marcha cívica e ética” até o STF, foi liderada pelos senadores Aécio Neves (PSDB) e Agripino Maia (DEM), entre outros senadores demo-tucano, de braços dados com os senadores Randolfo Rodrigues (PSOL), Pedro Taques e Cristovão Buarque (ambos do PDT).

Depois, na reunião da CCJ, quando pressentiram a derrota, bateram em retirada do plenário, denunciando “golpe”!

O mais engraçado, é que o PSDB esquece que, em 1988, o seu atual guru Fernando Henrique Cardoso (FHC), na época senador do PDMB, defendeu e apoiou a aprovação de uma CPI como objetivo identificar responsabilidades “na administração pública” e em decorrência “de qualquer tipo de corrupção". Portanto, uma “CPI ampliadíssima”, nos mesmos moldes da que foi aprovada na CCJ e que agora, o PSDB de FHC e as demais “oposições” alegam que seria “golpe”.

A palavra final sobre essa polêmica será dada pelo Supremo Tribunal Federal.

Para a “oposição” a CPI só pode valer apenas para questões que envolva diretamente o governo federal. Investigar o “Propinoduto tucano do metro de São Paulo”, que, segundo o promotor de justiça que está apurando o caso, Marcelo Mendroni, envolve “milhões, talvez bilhões”; o superfaturamento do Metro do Distrito Federal (sob o governo do demo José Roberto Arruda) e as denúncias envolvendo o Porto de Suape, na gestão do neo-oposicionista e presidenciável do PSB Eduardo Campos, nem pensar!

Assim, fico bastante claro o caráter ético e moral “seletivo” dos participantes da “marcha cívica até o STF”. Ou como diz o ditado cuiabano: “é o rabudo querendo falando mal de cotó.”

Portanto, entendo que o melhor, até por economia de tempo e dinheiro, é aproveitar a CPI e fazer uma ampla investigação, como bem afirmou o presidente do Senado Renan Calheiros “ora, como o Congresso vai investigar a Petrobrás, e eu acho que deve investigar sim, e não vai investigar o Cartel do Metro de São Paulo, o Porto de Suape, a corrupção que houve com o dinheiro público no Ministério de Ciência e Tecnologia, que pagou inclusive marqueteiros nas campanhas eleitorais? Vamos aproveitar e investigar tudo”. 

•Miranda Muniz – agrônomo, bacharel em direito, oficial de justiça-avaliador federal, diretor de comunicação da CTB/MT – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e secretário sindical do PCdoB-MT

 

 





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