Em determinadas ocasiões a prorrogação é um presente e em outras um castigo.
Uma vida que ultrapassa, estatisticamente, os limites da sua expectativa é um presente especial com corpo e mente saudáveis.
Dimensão diversa, por exemplo, daquele time de futebol que perdendo nos momentos finais necessita do tempo necessário para um gol salvador.
Mais drástico ainda quando nos aportamos aos nossos pacientes terminais, onde o tempo de prorrogação só existe para satisfazer a esperança, último dos nossos sentimentos.
Conversando com colegas de faculdade, todos da mesma faixa etária, percebi que há unanimidade em aceitar, com grandeza, a perspectiva do fim do nosso prazo de validade.
Na vida corremos muitos riscos, mas não corrê-los é não viver.
Esse tempo de prorrogação, aliás, é um grande prêmio para todos nós, extremamente auxiliados pela profissão que abraçamos.
Resta-nos agradecer à mãe natureza, responsável maior por estarmos participando desse seleto grupo.
Nesse mistério que caracteriza a vida é fundamental que avaliemos e usufruamos desse tempo de prorrogação do encerramento do nosso ciclo vital.