O empresário da construção civil e assessor parlamentar, Elmar José Inácio, 44 anos, registrou um boletim de ocorrência na última terça-feira (19) na Polícia Civil acusando a advogada Gabriela Rizzieri Zaque de Rossi, de 29 anos, de calúnia e difamação. Ela é representante jurídica da família do pecuarista João Antônio Pinto, 86 anos, morto em 23 de fevereiro deste ano ao reagir a uma abordagem policial na propriedade dele, localizada na região do Contorno Leste, em Cuiabá.
Além do boletim, o empresário anunciou que irá processá-la e que seus advogados já estão preparando a petição a ser protocolada na Justiça pedindo indenização dor danos morais. Segundo Elmar, ele vem sendo injustamente apontado como grileiro e que teria desavença com João Pinto por conta de uma cerca erguida na propriedade do idoso.
No boletim de ocorrência, o empresário negou envolvimento com crimes de grilagem de terras e afirmou que não levantou cercas nas imediações das terras do idoso João Pinto. Ele também declarou que possui uma ocupação lícita e residência fixa há mais de 20 anos em Cuiabá.
Destacou que é filho de fazendeiro, herdeiro de um patrimônio de mais de R$ 20 milhões, além de já ter sido servidor público por uma década e atuar no ramo da construção civil, afirmando que não precisaria invadir a propriedade de terceiros. Elmar é colocado na cena do crime por ser cunhado do policial civil, Jeovânio Vidal Griebel, que foi o responsável pelo tiro que matou João Pinto durante a abordagem.
Recentemente, o delegado Marlon Conceição Luz, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigava a morte do idoso, sugeriu o arquivamento do inquérito do caso. Segundo a PJC, Jeovânio agiu em legítima defesa para evitar uma agressão injusta. De acordo com a PJC, o documento se baseia em inúmeros indícios obtidos por meio de perícias, sigilos bancários e de dados analisados, oitivas e imagens de câmeras.
Após a repercussão do fim do inquérito, a advogada falou com sites em Cuiabá, informando que iria apelar ao Ministério Público, apontando que a PJC foi corporativista ao sugerir o arquivamento das investigações.
No boletim de ocorrência em que acusa Gabriela de calúnia, o empresário relata que, no dia dos fatos, estava na região, esperando por seu ajudante de pedreiro para irem trabalhar em uma obra. Ele disse que estava encostado em sua caminhonete Pajero, ocasião em que passou pelo local uma outra caminhonete azul. Conforme ele descreve, João Pinto desceu do utilitário e foi em sua direção. Elmar conta que tentou cumprimentá-lo com um "bom dia", ocasião em que João teria respondido: "Bom dia, o caralho", e sacou uma pistola apontando para seu rosto, com o dedo no gatilho e tremendo, avisando a Elmar que naquele local passaria uma estrada e que não poderia ser construído nada ali.
Elmar relatou que respondeu a João dizendo que ele não tinha nada a ver com aquele local e que somente estava ali aguardando seu ajudante para irem trabalhar em outro lugar, momento em que o idoso guardou a arma e foi embora.
Ainda conforme o boletim, Elmar disse que tirou uma foto da placa do veículo do idoso e enviou para seu cunhado, que é policial civil, informando o ocorrido e perguntando se algo poderia ser feito. O policial informou que, por se tratar de um flagrante delito por ameaça e porte de arma, levaria a situação para seu chefe e posteriormente retornaria para que o caso fosse averiguado no local. Segundo o boletim, no momento em que os policiais chegaram ao hangar da propriedade onde estava João Pinto, ele teria reagido à abordagem, sendo atingido por um disparo e morrendo no local.
O boletim de ocorrência foi registrado na 3ª Delegacia de Polícia de Cuiabá. A mesma versão relatada por ele no boletim de ocorrência também consta no termo de depoimento que ele prestou junto à Polícia Civil no dia 19 deste mês ao delegado Luiz Henrique Damasceno, relativo ao episódio que resultou na morte do idoso.
Euzangela
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