Laudo aponta que arma de CAC bolsonarista matou advogado em Cuiabá

 

Os tiros que atingiram o advogado Roberto Zampieri, na noite de 5 de dezembro de 2023,  no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, saíram da arma do bolsonarista Hedilerson Fialho Martins Barbosa, de 53 anos, conforme laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), divulgado nesta quinta-feira (25). Hedilerson, que tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), é apontado pela Polícia Civil como intermediador do crime e está preso desde o dia 22 de dezembro de 2023.

Conforme as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, Hedilerson Barbosa, que é morador de Belo Horizonte (MG), pediu autorização da Polícia Federal para trazer a pistola calibre 9 milímetros, que chegou em Cuiabá um dia antes do crime. De acordo com a pericía, os estojos encontrados no corpo de Zampeiri e em seu veículo, uma Fiat Toro de cor branca, são compatíveis com a pistola pertencente ao CAC. 

Em depoimento à polícia, o executor do cirme, o pedreiro Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, mentiu para Barbosa ao dizer que havia perdido suas armas em uma blitz em Cuiabá. Foi então que o intermediador avisou que iria pedir autorização para a Polícia Federal para despachar a arma e em seguida viria da capital mineira para Cuiabá.

“Foi possível determinar que os estojos questionados EQ01, EQ02, EQ03, EQ04, EQ05, EQ06, EQ07, EQ08, EQ09, EQ10, EQ11 e EQ12 foram percutidos e deflagrados pela arma de fogo questionada AF-A (pistola número de série “ACN750112”). VII. Foi possível determinar que os projéteis questionados PQ01, PQ02, PQ03, PQ04, PQ05, PQ06, PQ07, PQ08 e PQ09 foram expelidos pelo cano da arma de fogo questionada AFA (pistola número de série “ACN750112”)”, diz trecho do laudo. 

Hedilerson Barbosa e Antonio Gomes estão presos na Penitenciária Central do Estado (PCE). A suspeita de ser a mandante do crime, a empresária e farmacêutica Maria Angélica Caixeta Gontijo, de 40 anos, conseguiu revogar sua prisão preventiva e cumpre medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e suspensão do certificado de Colecionador Atirador Desportivo e Caçador (CAC), em Minas Gerais. 

Outro preso no decorrer das investigações e apontado como financiador do crime é o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, de 68 anos, que também segue preso em Mato Grosso.