Sueli Vebra Fonseca, mãe de um menino autista de 2 anos e não verbal, denunciou a falta de assistência adequada após o filho sofrer uma fratura na perna dentro da Creche Municipal Colomba Cacélia Lombardi Dorileo, em Cuiabá. Segundo ela, a direção da unidade informou apenas que a criança “escorregou e caiu no carrinho”, mas o atendimento foi negligente e sem a devida urgência.

“Ligaram dizendo que ele tinha caído, mas quando o trouxeram para casa, ele chorava desesperadamente. Vi que a perna estava quebrada”, relatou Sueli. Sem receber atendimento imediato, ela precisou levá-lo a três unidades de saúde — UPA do Pascoal Ramos, Santa Casa e Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) — até conseguir o diagnóstico e o devido socorro médico, enfrentando demora e falta de especialistas.

A mãe também critica a ausência de um Cuidador de Aluno com Deficiência (CAD) para acompanhar o filho na creche, apesar dos pedidos encaminhados à Secretaria Municipal de Educação (Semed). “Se tivessem fornecido o cuidador, isso poderia ter sido evitado. Ele já se machucou outras vezes na escola”, afirmou.

O caso foi registrado em boletim de ocorrência e está sendo acompanhado pela Defensoria Pública. “Não socorreram meu filho direito. Agora estou sem trabalhar, sem condições de comprar os remédios dele”, desabafou Sueli, que cobra responsabilização e melhor preparo dos profissionais que atuam com crianças com deficiência.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que a criança recebeu imediatamente todo o suporte necessário e que o pai foi avisado após o ocorrido. Também alegou que ser acionado, o ele encaminhou o aluno para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que constatou a fratura.

Leia abaixo a nota na íntegra:

A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Educação informa CEIC Colombo, no bairro Jardim Imperial, sofreu uma fratura em uma unidade escolar e recebeu imediatamente todo o suporte necessário.

Inclusive, o pai foi avisado após o ocorrido. Após ser acionado, o ele encaminhou o aluno para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que constatou a fratura. A gestão municipal tem dado todo suporte à família tratado o caso com total responsabilidade e atenção.

Esclarece-se, ainda, que até o momento não foi apresentado pelos responsáveis da criança nenhum laudo que comprove o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Tal documentação é indispensável para que o aluno tenha acesso ao acompanhamento individualizado por meio de uma Cuidadora Especial (CAD), conforme estabelece a legislação vigente.

Demonstrando sensibilidade e compromisso com o bem-estar do aluno, a Secretaria Municipal de Educação já agendou, para o próximo dia 12 de maio uma avaliação com profissionais especializados, a fim de oferecer o suporte adequado diante de eventual confirmação do diagnóstico.

A Prefeitura de Cuiabá reafirma seu compromisso com a inclusão, a qualidade no ensino e a segurança de todas as crianças da rede municipal, adotando medidas concretas diante de cada situação.

Ressalta ainda que no ano letivo de 2024 haviam 924 CADs contratadas na rede pública municipal. A atual gestão já contratou para esse ano 1.700 cuidadoras e mais 300 serão contratadas até o final do mês de maio para completar o quadro de CADs.