O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) entrou com um recurso em que tenta reverter a decisão que revogou a prisão do médico veterinário Anderson Francisco de Magalhães, que ficou cerca de um ano preso após ter matado a esposa, na frente da filha de 5 anos. O crime teria sido cometido por conta de ciúme do homem, que foi colocado em liberdade no final de agosto.

Anderson Francisco de Magalhães foi preso em setembro de 2023, suspeito de matar a tiros a esposa dele Ana Paula dos Santos Pereira Magalhães, de 41 anos, com um tiro na cabeça, na frente da filha do casal, de 5 anos de idade. Após um ano detido, ele foi solto após uma decisão do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Após a soltura, o Ministério Público de Mato Grosso recorreu da medida, enquanto a defesa de Anderson Francisco de Magalhães requereu o afastamento de qualificadoras do crime. O homicídio teria sido cometido por motivo torpe, ficou caracterizado como feminicídio, o que gera um agravante, além requerer a rejeição de documentos juntados aos autos.

O suspeito foi pronunciado e enfrentará júri popular e, de acordo com o MP-MT, ficou comprovada a qualificadora de que Anderson Francisco de Magalhães impediu a defesa da vítima, tendo em vista que a mulher foi encontrada com a mão no rosto, um sinal de que ela teria tentado se desvencilhar do companheiro, enquanto usava o banheiro. Foram ressaltados ainda prints de conversas no celular do suspeito em que ele xingava Ana Paula e que Anderson Francisco de Magalhães tinha um comportamento agressivo com a companheira.

O recurso será julgado pelo mesmo desembargador que determinou a soltura do réu, no final de agosto. Ana Paula dos Santos Pereira Magalhães, de 41 anos, foi morta após ser alvejada com disparos de arma de fogo. A Delegacia de Cotriguaçu foi acionada após receber a comunicação de que a vítima tinha sido alvejada pelo próprio companheiro.

Após o crime, Anderson Francisco de Magal passou em uma distribuidora e disse que havia atirado em sua esposa e que era para acionar o Samu. Em seguida, ele entrou em seu veículo e fugiu.

Na residência da vítima, os policiais encontraram a equipe médica prestando socorro a Ana Paula, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Os agentes localizaram um revólver calibre 38, na mesa da sala da residência, com quatro munições intactas e uma deflagrada. Em checagem no sistema, foi constatado que a arma não possuía registro.