O investigador de Polícia Civil, Luismar Castrillon Ramos, preso em agosto deste ano na Operação Loan Shark, que o investigava por agiotagem, é um dos alvos da nova operação nesta quarta-feira (7), pela Polícia Civil, denominada Operação Efialtes, deflagrada com base em investigações que apuraram a violação de lacres e troca de material entorpecente apreendido, constatada durante uma incineração de drogas realizada em abril deste ano, em Cáceres.
Luismar, outros quatro policiais e mais 34 pessoas são suspeitos de fazerem parte do esquema que também utilizava empresas para lavar dinheiro. A Justiça também determinou o bloqueio de valores no montante de R$ 25 milhões, sequestro de 14 veículos e quatro imóveis e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.
Não foi informada qual a atuação de Luismar na organização criminosa desmantelada hoje. Contra ele, havia um mandado de prisão, que foi cumprido já na penitenciária onde ele está encarcerado.
Em setembro deste ano, a Justiça de Mato Grosso já havia acolhido a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) contra o investigador, que também é acusado de ameaçar de mortes as vítimas que fazia no crime de agiotagem. Uma delas, a empresária do ramo de restaurantes em Cáceres. Na ocasião, Luismar teria emprestado R$ 150 mil à empresária com previsão de pagamento na ordem de R$ 200 mil. Contudo, ele e seu filho teriam passado a cobrar o montante de R$ 2,1 milhões.
Por meio de áudios obtidos pela Polícia Civil, o policial diz à filha da empresária que ela verá a mãe estendida morta. Além disso, Luismar chama a mulher de ‘vagabunda’ e sua filha de ‘safada’ por ela não responder as mensagens no celular.
Ele foi preso em flagrante, após ir ao restaurante da vítima e, ao saber que ela não se encontrava, se dirigiu à sua casa. Com as ameaças, a filha da empresária chamou a polícia, que o localizou enquanto ele passava de carro em frente à casa da vítima. Ao passar pela audiência de custódia, o policial teve sua prisão convertida em preventiva para resguardar a segurança da vítima, já que ele tem acesso à arma de fogo e proferiu graves ameaças contra ela.
Operação Efialtes
As investigações realizadas em inquérito instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil iniciaram há, aproximadamente, oito meses, após o órgão corregedor receber a notificação de que durante a incineração de drogas realizada pela Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), no dia 19 de abril deste ano, em Cáceres, foi constatada a violação de lacres das embalagens de perícia dos entorpecentes apreendidos. Em alguns envelopes houve a substituição de parte do material apreendido por outro diferente como, por exemplo, areia e gesso.
Na ocasião, foi determinada pela Corregedoria a correição extraordinária na sala da Defron, onde eram armazenadas as drogas apreendidas. Foi identificado um invólucro plástico violado com diversos tabletes que, ao serem manuseados e devido ao peso muito leve, constatou-se ser semelhante a isopor. A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todos os lacres e embalagens armazenadas no local, assim como as embalagens violadas que foram constatadas durante a incineração.
Com os laudos periciais concluídos, foi confirmada que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia. A investigação apontou que o material usado para substituir as drogas foi feito com o claro objetivo de confundir, produzido com formato semelhante e com a mesma cor de embalagem. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.
Jandir
Quarta-Feira, 07 de Dezembro de 2022, 16h09João
Quarta-Feira, 07 de Dezembro de 2022, 11h09Waldir cpa
Quarta-Feira, 07 de Dezembro de 2022, 10h57aprovado pjc
Quarta-Feira, 07 de Dezembro de 2022, 10h26Glauber
Quarta-Feira, 07 de Dezembro de 2022, 09h54