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Alvo da sétima fase da Operação Sisamnes, o ex-sargento do Exército Brasileiro, Gilberto Louzada da Silva, é o mais novo personagem da trama que resultou no assassinato do advogado Roberto Zampieri, executado a tiros na frente de seu escritório em Cuiabá, em 2023. Ele, que em uma rede social afirma ser instrutor de tiro e consultor de segurança, foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (28). Luzada é de Nova Lima, em Minas Gerais.
Policiais federais cumprem nesta quarta-feira (28) mandados na sétima fase da operação Sisamnes – que investiga um suposto esquema de venda de sentenças na Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a PF, a ação desta quarta mira os "possíveis mandantes e eventuais coautores" do assassinato do advogado Roberto Zampieri, executado com 10 tiros em frente ao escritório em Cuiabá em 2023.
A investigação desse caso levou à descoberta de um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de MT – que, depois, levou à identificação de suspeitas também sobre o STJ. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou cinco mandados de prisão preventiva, quatro de monitoramento eletrônico e seis de busca e apreensão.
Os alvos estão em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Os alvos são Aníbal Manoel Laurindo (produtor rural, suposto mandante); coronel Luiz Caçadini (suposto financiador); Antônio Gomes da Silva (suposto atirador); Hedilerson Barbosa (suposto intermediador, auxiliar do atirador e dono da pistola 9mm usada no assassinato) e Gilberto Louzada da Silva.
Essas funções de "mandante", "financiador", "atirador" e "intermediador" foram atribuídas aos suspeitos pela Polícia Civil de Mato Grosso, ao indiciar o grupo em 2024. Na operação desta quarta, há ainda autorização de medidas cautelares contra os alvos que não devem ser presos – recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato e ordem para entrega dos passaportes.
De acordo com seu perfil em uma rede social, Gilberto Louzada da Silva, que é morador de Nova Lima (MG), é consultor de segurança patrimonial e instrutor de tiro de armas curtas e longas, com formação operacional no Exército Brasileiro. Segundo a página, ele possui apenas o ensino médio completo e, segundo o site JusBrasil, ele responde a 14 processos judiciais.
Seu currículo aponta que ele, entre 1985 a 1992, atuou como sargento de Infantaria do Exército Brasileiro, sendo especialista em armas de prego coletivo e individual. Ele também afirmar ter experiência em tiros reais de armamento pesado, tendo inclusive atuado na segurança do Presidente da República, no período.
Já entre 1993 a 2021, Gilberto Louzada da Silva atuou como supervisor de Segurança patrimonial e especialista em segurança privada. Ele era responsável pela confecção de projetos, seleção, treinamento e implantação de setores de segurança. Seu último emprego foi como consultor em um clube de tiro.
ao longo das investigações, a Polícia Federal identificou uma verdadeira organização criminosa, formada por civis e militares (ativos e da reserva), dedicada a "espionagem e homicídios sob encomenda". Foi essa organização que, segundo as investigações, assassinou o advogado Roberto Zampieri em Mato Grosso.
O grupo se autodenominava "Comando C4", ou "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos". Ainda de acordo com informações da PF obtidas pela GloboNews, o grupo mantinha tabelas impressas com o "preço" de cada assassinato, a depender da "função" de cada vítima.
A PF identificou, ainda, escritas à mão com referências a autoridades brasileiras, incluindo parlamentares do Congresso e ministros do Supremo Tribunal Federal. O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório, em dezembro de 2023.
Ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do passageiro, e fugiu em seguida. Segundo a Polícia Militar, o advogado saía do escritório que trabalhava quando o crime aconteceu.
Gustavo
Quarta-Feira, 28 de Maio de 2025, 09h19