Polícia Segunda-Feira, 21 de Julho de 2025, 13h:44 | Atualizado:

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Sargento fez bilhete a empresário e cobrou PIX por morte de advogado em MT

Heron entregou carta na portaria de condomínio de mandante de crime

BRENDA CLOSS
Da Redação

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renato nery, julinere, cesar.jpg

 

As investigações da Polícia Civil revelaram que o homicídio contra o advogado Renato Gomes Nery foi produto da atuação de uma estrutura criminosa organizada, com junção de múltiplos agentes e divisão de tarefas. Conforme a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) contra o casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Sechi, além de quatro policiais militares, quatro grupos foram formados para planejar e executar a morte do jurista, em Cuiabá.

De acordo com os promotores de Justiça Rinaldo Segundo, Élide Manzini de Campos e Vinicius Gahyva Martins, a organização apresentou clara estruturação em núcleos operacionais distintos, entre eles o “núcleo de comando”, composto pelos mandantes Julinere e Cesar, vinculados aos interesses econômicos contrariados pela vitória judicial da vítima na disputa fundiária. Outro grupo formado foi o “núcleo de intermediação”, que participavam os policiais militares Jackson Pereira Barbosa (intermediário principal), Ícaro Nathan Santos Ferreira, que atuou no fornecimento de arma e repasse de pagamento e Heron Teixeira Pena Vieira, o coordenador operacional.

Heron também fazia parte do “núcleo operacional”, junto com o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva que foi o executor do crime.  Por fim, ainda tinha o “núcleo de obstrução”, responsável especificamente pela ocultação posterior da arma do crime mediante sua inserção em contexto forjado, e por outras ações destinadas a dificultar as investigações.

“A divisão de tarefas evidenciou-se pelo planejamento meticuloso que compreendeu a identificação precisa da vítima como alvo a provisão dos recursos financeiros pelo núcleo de comando; a intermediação, o recrutamento e o fornecimento de meios materiais pelo núcleo de intermediação; o monitoramento sistemático das rotinas da vítima e a execução do homicídio pelo núcleo operacional; e, posteriormente, a ocultação deliberada de elementos probatórios e a criação de contexto artificialmente forjado para inserção da arma pelo núcleo de obstrução processual”, diz trecho da denúncia. Além disso, meses após o homicídio cometido em julho de 2024, em outubro o policial Heron encontrou com o colega de farda Jackson na rodoviária que o informou estar "de mãos abanando", manifestando que viajaria e "que não tinha resolvido ainda".

Ou seja, Jackson ainda não teria recebido o pagamento por parte de Cesar para efetuar o repasse a Heron e Alex. Diante disso, confeccionou de próprio punho um bilhete de cobrança dirigida ao empresário.

“Na referida correspondência, constava a solicitação para que o dinheiro fosse remetido por meio de transferência eletrônica (PIX). O réu Heron acondicionou o bilhete em envelope com a seguinte identificação: "aos cuidados de Cesar Jorge Sechi" e o entregou na portaria do condomínio residencial onde o Cesar domiciliava”, narra a denúncia. Renato Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho do ano passado, em frente ao seu escritório, na Capital.

O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico. Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional.

As investigações da DHPP apontam a disputa de terras como a motivação para o homicídio.





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