De acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP), o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) registrou quase 60 mil trotes de janeiro a outubro deste ano. Em 2018 foram mais de 63 mil ligações falsas no mesmo período. São, em média, mil trotes por semana nos telefones de emergência.
Essa prática não é registrada apenas na região da capital. Recentemente, em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 40 ligações falsas do mesmo número. O coordenador do serviço, Paulo Riguetto chegou a registrar um boletim de ocorrência, em razão da insistência do falsário.
Segundo ele, o telefone ocupado por um trote impede que outras ligações realmente necessárias sejam atendidas. "O sistema impede que o atendente desligue o telefone. A ligação só é encerrada depois que a pessoa que está ligando desliga. Então, isso oferece risco de que uma pessoa que esteja realmente em um situação de emergência, seja socorrida", explicou ele.
Ainda segundo ele, se a ligação cai ou se a pessoa desliga assim que é atendida, não há tanto problema. Porém, se o infrator em insistente e fica inventando histórias, pode prejudicar a prestação do serviço e o socorro a vítimas verdadeiras.
Riguetto ressalta ainda que passar trotes é crime e que, sendo identificado, o infrator por responder na Justiça e ainda está sujeito ao pagamento de multas.