Em relato feito durante o velório de Heloysa Maria de Alencastro Souza, a adolescente de 16 anos morta a mando do padrasto, Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, a tia da menor, Camila Souza, de 22 anos, revelou os anos de distanciamento forçado e possíveis casos de alienação parental que marcaram a vida da jovem antes de seu assassinato. O crime foi cometido na última terça-feira (22), em Cuiabá.
Camila descreveu Heloysa como uma menina "muito doce e totalmente inocente", mas que foi afastada da família paterna ainda na infância, após a separação dos pais. Segundo ela, a mãe da adolescente, Suellen de Alencastro, proibiu qualquer contato entre Heloysa e seus parentes paternos há cerca de 10 anos. "A gente foi proibido de estar perto dela. A mãe dela afastou ela até da própria família. Nossas lembranças mais recentes são da infância dela, porque depois ficamos sem vê-la por anos", relatou ao Jornal Estadão Mato Grosso.
A tia contou que a família paterna lutou na Justiça para manter o vínculo com Heloysa, mas enfrentou acusações falsas e obstáculos criados pela mãe da jovem. "Ela inventava que a gente batia na Heloysa, mudava ela de escola para o pai não encontrá-la, e até mandava comida para a menina, dizendo que iríamos envenená-la", denunciou Camila.
O relato sugere um possível caso de alienação parental, prática em que um genitor manipula a criança para romper laços afetivos com o outro. Camila mencionou que até uma psicóloga envolvida no caso teria reconhecido indícios desse abuso psicológico.
Heloysa vivia em completo isolamento, sem contato até mesmo com avós e tios maternos, conforme descrito por Camila. A tia relatou que a adolescente era vigiada de perto pela mãe. Camila lamentou que, após anos de afastamento imposto, a família só reencontrou Heloysa em circunstâncias trágicas.
"Ela mandava a Heloysa sempre de branco, para não sujar a roupa. Se a menina brincava ou tomava banho na nossa casa, tinha medo da mãe descobrir. Ela tanto disse que éramos um perigo para a menina. Agora a entrega para a gente assim, morta", desabafou ao relembrar a fase de criança de Heloysa, quando ela ainda frequentava a casa dos familiares paternos.
Devido ao forte relato da tia da adolescente, um outro familiar entrou em contato com FOLHAMAX para informar que a posição de Camila não representa a família. “Neste momento de profunda dor, a família da jovem Heloysa Maria decidiu esperar a conclusão do inquérito policial para se manifestar. Acreditamos no trabalho das autoridades policiais envolvidas no caso e aguardaremos o término das investigações. Pedimos, neste momento, que seja preservado o nosso luto. É uma dor que destrói e nos paralisa. Lutaremos por Justiça”, disse por meio de nota.
O crime está sendo investigado como feminicídio, já que o padrasto, Benedito, teria agido por desejo de controle e ciúmes. Ele recrutou o próprio filho, Gustavo Benedito Júnior, de 18 anos, e outros dois jovens para executar o plano, que incluía inicialmente matar também Suellen. Benedito era servidor comissionado no cargo de Transportes da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Informação (Seciteci) e foi exonerado nesta quarta-feira (23).
muito louco
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 14h46Leitor
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 13h33Thiago
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 13h29Senadinho cuiabano
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 13h19Profissional
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 13h10Janete
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 11h55Alice
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 11h53Maria
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 11h52carlos
Quinta-Feira, 24 de Abril de 2025, 11h38