O procurador da Assembleia Legislativa, Benedito César Corrêa de Carvalho, teve prisão mantida pelo juiz Gleidson de Oliveira Grisote Barbosa, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá. Benedito foi preso no último sábado (10) por manter uma garota de programa de 16 anos em cárcere privado e ameaçá-la com uma arma.
O juiz decidiu por manter Benedito preso, destacando que há provas suficientes para justificar a medida, especialmente devido ao risco de ele cometer mais crimes, já que tem antecedentes criminais por crimes graves. A defesa de Benedito pediu sua liberdade, argumentando que ele é dependente químico e sugeriu que ele fosse mantido em uma "sala de Estado Maior" ou, se isso não fosse possível, que recebesse prisão domiciliar.
A Justiça considerou que soltá-lo representaria perigo para a sociedade, citando seu histórico criminal. Ele também disse que Benedito não apresentou provas de que não poderia ser responsabilizado pelos seus atos.
Dessa forma, para o juiz as alternativas apresentadas pela defesa não seriam suficientes para garantir a segurança pública. A Assembleia Legislativa do Mato Grosso se manifestou contra o caso e informou que procurador é alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
"Quanto a eventual dependência química, que o teria conduzido a eventual inimputabilidade penal, tem-se que inexiste prova neste sentido nos autos, não cabendo a este juízo sumário referida análise, mormente considerando que o flagrado, segundo esclarecido em sua oitiva, tem exercido sua atividade profissional de Procurador da Assembleia Legislativa. 8. Anote-se, por oportuno, que o presente caso se amolda na(s) hipótese(s) de cabimento/admissão inserida(s) no(s) inciso(s) I do art. 313 do CPP, sendo, portanto, impossível a concessão de liberdade provisória com fiança ao(s) segregado(s) - art. 324, IV, do CPP. 9. Por fim, ressalte-se que as medidas cautelares diversas da prisão, enumeradas no art. 319 do CPP, se mostram, in casu, insuficientes para impedir que os réus, em liberdade, voltem a delinquir (garantia da ordem pública), conforme acima asseverado", traz decisão.
CAPIVARA
Essa é a terceira vez que ele comete o mesmo crime. Em 2017, o procurador foi preso por ameaçar, também, uma garota de programa. Na época, ela conseguiu se trancar na cozinha e ligou para a polícia após ser ameaçada com uma faca. O procurador foi encontrado sentado na cama com uma faca na mão. Ele também teria feito o uso de drogas.
A segunda ocorrência foi registrada em agosto de 2023, quando Benedito, novamente, foi preso por e manter uma garota de programa, de 19 anos, em cárcere privado em um condomínio de Cuiabá. À época, o então presidente da Casa de Leis, deputado Eduardo Botelho (UB) afirmou que um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto contra o servidor efetivo, mas ao que parece, não resultou na perda de cargo.
Benedito foi admitido na Procuradoria-Geral da ALMT no dia 31 de agosto de 1999 por meio de concurso público. Conforme informações do portal transparência da Casa, recebe o salário bruto de R$ 44 mil. Em 2011 respondeu a um processo onde teria sido flagrado entrando em um motél com menores de idade.
Nesta terceira confusão envolvendo garotas de programa, o procurador foi preso após a Polícia Militar arrombar o apartamento dele e resgatar a adolescente que estava sendo mantida em cárcere privado e ameaçada com uma arma de fogo no bairro Araés.
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Terça-Feira, 13 de Maio de 2025, 23h36Dhanna Cassetari
Terça-Feira, 13 de Maio de 2025, 21h12