Acusado de ser "bicheiro", delator cita dano a imagem e vai processar advogado

 

O empresário Filinto Muller, delator da quarta fase da “Operação Sodoma”, informou que entrará com uma ação judicial contra o advogado Levi Machado, réu na ação penal, após o jurista afirmar que Muller trabalharia com contravenção para atingir o objetivo de ser o homem mais rico de Mato Grosso. Os advogados do empresário afirmaram que as declarações do jurista são mentirosas e irresponsáveis.

Na terça-feira (25), depois de prestar depoimento à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, sobre a quarta fase da operação, Levi Machado comentou sobre a suposta ambição do delator. "O Filinto era e continua sendo uma pessoa muito ambiciosa, ele disse que seria o homem mais rico de Mato Grosso antes dos 40 anos. E parece que ele vai conseguir, porque dizem que agora ele é bicheiro também”, relatou.

Por meio de comunicado, divulgado nesta sexta-feira (28), a defesa de Filinto Muller classificou as declarações de Levi como “graves” e garantiu que elas não são verdadeiras. Em razão disso, a assessoria jurídica do empresário informou que irá entrar com uma ação contra o advogado.

“A defesa do empresário informa que fará uma interpelação judicial contra o advogado, para que ele explique as acusações feitas, pois consideramos uma atitude irresponsável dele, uma vez que as ilações são absurdas e mentirosas e pretendem criar uma imagem que não existe”, pontuou a defesa de Muller.

Conforme os advogados que representam o empresário, as declarações de Machado foram irresponsáveis e fazem parte da estratégia de defesa do jurista. “Neste sentido, entendemos que esses ataques levianos fazem parte de uma estratégia irresponsável de defesa do advogado, unicamente voltada a caluniar e injuriar o colaborador e que não acrescenta em nada ao processo”, frisou.

SODOMA 4

A quarta fase da Sodoma apura esquema criminoso na desapropriação de uma área no Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O Estado pagou R$ 31,7 milhões pelo terreno, que pertencia à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários, de propriedade de Antônio Rodrigues Carvalho, também delator da Sodoma. Levi Machado era advogado de Carvalho durante a transação.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), metade do valor pago pela área teria retornado em forma de propina para a organização criminosa que era liderada pelo então governador.

Levi Machado é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. As investigações apontaram que ele teria forjado o contrato para que a Santorini cedesse para a SF Assessoria, que pertence a Filinto Muller, metade do direito da área do Jardim Liberdade, pelo valor de R$ 700 mil. A fraude teria sido feita pelo jurista junto com o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o "Chico Lima".

O MPE relatou que a SF Assessoria repassava o valor recebido para os membros da organização criminosa liderada por Silval, que teria recebido cerca de R$ 15 milhões, oriundos da transação. Do valor, cerca de R$ 474 mil, correspondente a 3% da propina entregue ao grupo, teria sido destinado a Levi Machado, como forma de comissão em razão da sua participação nas tratativas.

No entanto, Machado nega que tenha participado de qualquer fraude envolvendo a desapropriação da área localizada no Bairro Jardim Liberdade.

VEJA NOTA DE FILINTO MÜLLER

Esta semana o advogado Levi Machado, réu da Operação Sodoma 4, fez graves acusações e comentários a respeito do empresário Filinto Müller, que foi colaborador da justiça no processo em que o advogado responde.

A defesa do empresário informa que fará uma interpelação judicial contra o advogado, para que ele explique as acusações feitas, pois consideramos uma atitude irresponsável dele, uma vez que as ilações são absurdas e mentirosas e pretendem criar uma imagem que não existe.

Neste sentido, entendemos que esses ataques levianos fazem parte de uma estratégia irresponsável de defesa do advogado, unicamente voltada a caluniar e injuriar o colaborador e que não acrescenta em nada ao processo.

Assessoria jurídica do empresário Filinto Müller