Alvo da PF, advogada de MT defende fuzilamento de "fraudadores das urnas"

 

Em seu perfil nas redes sociais, a advogada Analady Carneiro da Silva, alvo da operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta quinta-feira, posta diversos conteúdos golpistas e de ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Candidata derrotada a deputada federal nas eleições de outubro, com apenas 1.247 votos, a jurista chega a sugerir fuzilamento aos "envolvidos na fraude à eleição presidencial".

Analady Carneiro da Silva é um dos alvos da operação realizada pela PF nesta manhã e teve expedido, contra ela, mandados de busca e apreensão pelo STF em seu apartamento no bairro Dom Aquino, em Cuiabá. Em suas redes sociais, ela se identifica como mãe, bolsonarista, direita ‘raiz’ e cristã.

No Instagram, ela direciona ataques a diversos políticos, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, a quem ela diz que ‘a casa caiu’. A advogada é presidente da Executiva do PTB Mulher, em Mato Grosso e nas últimas eleições, foi candidata à deputada federal pelo partido, tendo apenas 1.247 votos, quantidade insuficiente sequer para se eleger vereadora em Cuiabá.

Uma de suas propostas era a de reforma da Lei Maria da Penha, tratando como vítima os homens de denúncias falsas, propondo inclusive punição às mulheres. A medida, no entanto, já é prevista em lei, com o crime de denunciação caluniosa, o que demonstra o desconhecimento jurídico da advogada.

 

Ela também defende o "fuzilamento" daqueles que estiveram envolvidos na fraude à eleição presidencial, em uma de suas postagens. Como base, ela utiliza o artigo 357 do Decreto Lei nº 1.001 de 21 de outubro de 1969, conhecido como “Lei Marcial”, que prevê pena de morte por fuzilamento.

No entanto, novamente demonstrando desconhecimento jurídico, a advogada pede a aplicação de uma legislação aplicada em um estado de exceção adotado em cenários de crise, como guerras, e que estabelece a substituição temporária das leis e direitos civis por leis militares. Em seu perfil, a advogada também divulga uma participação em um podcast.

Durante a entrevista, ela defende a meritocracia, afirmando que quem luta e se esforça, consegue alcançar o sucesso. Minutos depois, no entanto, agradece aos irmãos por terem aberto mão de uma herança e que com isso pode ter um apartamento próprio, onde ela mora atualmente, residência inclusive que foi o local da busca e apreensão determinados pelo STF, no condomínio residencial Pico do Amor, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá.

A OPERAÇÃO

A Policia Federal cumpre ao menos 20 mandados em Mato Grosso na operação para coibir os financiadores e estimuladores de atos antidemocráticos no país após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) em outubro deste ano. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além dos mandados, também foram autorizados bloqueio de contas dos investigados e quebra do sigilo bancário dos investigados. Os 81 mandados de busca são cumpridos em sete estados (Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.